Os tapetes de Corpus Christi em Campos
Cultura herdada pelos brasileiros
Erica Viana
21/06/2019 18h49 - Atualizado em 21/06/2019 às 18h49
Érica Viana
Tapetes de Corpus Christi
Apesar da Solenidade, ser uma festa litúrgica da Igreja Católica, os tapetes de Corpus Christi não são uma exigência religiosa e nem tampouco uma tradição universal. Trata-se de uma cultura herdada por nós, brasileiros, dos nossos colonizadores portugueses. Esse ato de devoção e adoração ao Santíssimo Sacramento, faz referência à passagem bíblica que relata os preparativos do povo de Jerusalém enfeitando as ruas para a chegada de Cristo.
No entanto, mais que uma expressão religiosa, os tapetes de Corpus Christi constituem a nossa cultura nacional e local, obras de verdadeiros artistas desconhecidos e muitas vezes adormecidos no interior de cada voluntário, que passa as vésperas da procissão debruçados sobre o chão a cuidar de inúmeros detalhes que quando se construirão imagens e envolveram a cidade numa beleza comovente, apreciada até por pessoas de outros credos.
Em Campos dos Goytacazes, comemoramos o 50º ano da tradição dos tapetes, e o 6º ano do Circuito de Tapetes Sustentáveis, ou seja, todos os materiais empregados nesse trabalho artístico são recicláveis e nenhum pode ser tóxico. Segundo Maria José Manhães, coordenadora da ornamentação de Corpus Christi na cidade, a maior parte das peças será transformada em adubo para pequenos produtores.
Além de igrejas, escolas públicas e privadas, e outras instituições como o Centro Dia do Idoso, Pequeno Jornaleiro, juntos confeccionaram um total de 90 tapetes e 150 passarelas.
Experiência própria:
Como voluntária, uma das coisas mais impressionantes é o espírito de solidariedade mútua entre os participantes e os curiosos que costumam incentivar e oferecer ajuda. E posso dizer que servir em Corpus Christi é praticar em todos os sentidos o humilhar-se para que o Rei soberano seja exaltado, honrado e glorificado.