De acordo com os dados obtidos do Ministério da Cidadania do Governo Federal sobre o cadastro do CADÚNICO e os números da população de 2022, fornecidos pelo IBGE, foi possível calcular o percentual de cadastrados no CADÚNICO ou de pessoas em situação de vulnerabilidade social em relação à população de cada município das Bacias Petrolíferas de Campos e Santos.
Na Bacia de Campos, que inclui municípios como Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, destaca-se o município de São João da Barra com a maior porcentagem de pessoas em situação de pobreza. A despeito do orçamento projetado para 2025 de quase um bilhão de reais e a presença do Porto do Açu em seu território, 70,93% dos habitantes estão cadastrados no CADÚNICO. Essa situação sugere que o Porto não tem gerado empregos suficientes para a população local. Tal dado é alarmante e pode indicar um cenário de má gestão ou até mesmo de práticas políticas questionáveis, mantendo um "curral eleitoral" em pleno século XXI.
Já na Bacia de Santos, que abrange os poços do pré-sal, o município de Saquarema lidera o percentual de pobreza, com 70,80% de seus habitantes registrados no CADÚNICO. Apesar disso, a prefeitura conta com um orçamento que pode chegar a R$ 3 bilhões em 2025, o que levanta a questão: como um município com apenas 89.559 habitantes pode apresentar tamanha discrepância entre receita e condições sociais? Esse dado é grave e exige explicações.
Portanto, esses números evidenciam a dura realidade da gestão das rendas do petróleo no estado do Rio de Janeiro. Um cenário lamentável e preocupante.