27/01/2025 às 12h16min - Atualizada em 27/01/2025 às 12h14min

Paradoxo da fortuna do petróleo: pobreza cresce em Maricá, Niterói e Saquarema em janeiro de 2025

José Alves de Azevedo Neto
Conforme os dados do número de pessoas cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, de janeiro de 2025 em comparação a janeiro de 2024, com base em informações do Ministério da Cidadania, observa-se uma variação positiva e negativa nos municípios produtores de petróleo do estado do Rio de Janeiro, abrangendo tanto a Bacia de Campos quanto a Bacia de Santos.

Na tabela apresentada, nota-se que nos municípios pertencentes à Bacia de Campos, como Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, houve uma leve redução no número de pessoas cadastradas no CadÚnico ou classificadas como pobres. Esse cenário representa uma notícia animadora no início deste ano.

Por outro lado, nos municípios da Bacia de Santos, que atualmente recebem volumosos recursos provenientes da exploração dos poços do pré-sal, a pobreza apresentou aumento. É o caso de Maricá, Niterói e Saquarema. Apesar das maiores receitas disponíveis nos cofres dessas prefeituras, constata-se que, ao invés de serem traduzidas em oportunidades de emprego por meio de investimentos públicos em obras e atividades econômicas capazes de mitigar o sofrimento da população, ocorre o oposto: a miséria e o número de dependentes dos programas sociais cresceram entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. O que está acontecendo?

Diante dessa situação, cabe uma reflexão: será que a Bacia de Santos repetirá o mesmo ciclo verificado na Bacia de Campos, onde, entre 1999 e 2014, as administrações municipais desperdiçaram as oportunidades oferecidas pelo ciclo do petróleo para transformar a realidade socioeconômica de seus territórios? O futuro dirá. No entanto, há indícios de que a história está se repetindo,  infelizmente.

Por fim, amanhã o site divulgará os percentuais de pobres em relação ao total de habitantes desses municípios. Os quantitativos são, antecipadamente, vergonhosos e alarmantes.
 
 
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