A publicidade nativa é um tipo de publicidade online que integra o conteúdo de marketing na forma de mídia paga, de forma que a experiência do anúncio segue a forma e a função naturais da experiência do usuário na qual ela está inserida. Conforme o Native Advertising Institute, a publicidade de exibição nativa registrou receita de US$ 59,35 bilhões em 2018 nos Estados Unidos e mais de duas vezes a taxa de crescimento da publicidade digital como um todo.
Neste mercado estão inseridas diversas empresas que exploram a web aberta para oferecer possibilidades de publicidade a anunciantes de todo o mundo. Uma delas é a Taboola, que trabalha ajudando os usuários a descobrirem conteúdos interessantes sem que buscassem por eles. Depois de 13 anos de atuação, a empresa abriu capital em meio à pandemia e levantou US$526 milhões na Nasdaq.
A Taboola insere painéis com um conjunto de recomendações editoriais e pagas em sites de grandes veículos de comunicação online. São aqueles boxes, geralmente no rodapé das notícias, com conteúdos voltados para o próprio internauta. A remuneração vem do dinheiro pago pelos mais de 13 mil anunciantes, segundo a companhia, que diz ter mais de 500 milhões de usuários ativos por dia.
“Após mais de um ano inteiro em casa, nos acostumando com o significado de trabalho remoto, administrando funcionários em casa, interagindo com a comunidade de publicidade, deixamos 2020 vendo várias novas tendências que nos dão confiança e otimismo sobre esse novo mundo em que vivemos. Por exemplo, temos visto consumidores abertos a ter aulas em casa, serviços de saúde ocorrendo de forma remota - agora nós vamos ao médico por nosso iPhone. Compramos coisas online como nunca fizemos antes. Tudo isso na onda da pandemia. De várias formas, nós já estamos no futuro”, explicou Adam Singolda, CEO e fundador da empresa.
Com lucro líquido de US$ 18,6 milhões e receita de US$ 303 milhões no primeiro trimestre deste ano, a Taboola representa uma fração de empresas como Google e Facebook no mercado da publicidade digital.
“Se a pandemia não ocorresse, demoraríamos dez anos para chegar a essa economia do consumo por e-commerce que estamos experimentando agora. Também vemos isso em outras áreas. No mercado imobiliário, por exemplo: no Brasil, vimos 825% de crescimento em leitura sobre financiamento imobiliário. Também temos aumento de 495% em imóveis nas regiões rurais. Há um crescimento do consumo e da curiosidade, e eu acredito que parte disso não volta atrás. Tudo isso me dá confiança de que ainda há um caminho para gerar crescimento em publicidade para publishers, para jornalismo nesse novo mundo em que vivemos. E, por conta disso, Taboola teve um 2020 muito forte. Terminamos o ano com US$ 1,2 bilhão em receitas”, apontou.
Uma das coisas mais discutidas no mercado de tecnologia nos últimos anos é a responsabilidade das plataformas em termos dos conteúdos que trazem. De acordo com Adam Singolda, a Taboola é uma das empresas líderes nesse sentido porque adota uma abordagem humana para a moderação: “Temos uma política pública. Não fazemos propaganda política, por exemplo. Temos uma equipe humana, não de inteligência artificial, que revisa 100% das propagandas. Para resolver problemas humanos, nós precisamos de humanos - máquinas não são boas o suficiente. Da perspectiva da concorrência, somos pró-competição: somos pequenos, representamos apenas US$ 1,2 bilhão em um mercado de mais de US$$ 60 bilhões. Estamos animados com nosso crescimento rápido e lucrativo, mas ainda somos pequenos em comparação com empresas como Google, Facebook e Amazon.”
O CEO reforça, também, a importância do mercado brasileiro para a Taboola. Desde 2015 no país, a empresa gera mais de 20 bilhões de recomendações por mês. “Já estamos adquirindo uma proporção significativa e os retornos no Brasil estão crescendo muito rapidamente. Então, é possível ver o investimento se pagando. Se olharmos para companhias similares como a Taboola, como o Google, o Brasil é o segundo maior mercado. Para nós, uma empresa que começou em Israel, há muitas similaridades de uma perspectiva cultural, em termos de como valorizamos confiança e relacionamentos.”