21/12/2021 às 09h51min - Atualizada em 21/12/2021 às 13h54min

Indústria da tatuagem cresceu no período da pandemia

O mercado global de tatuagem supera a porcentagem prevista para bens de consumo e serviços em 2021.

DINO
https://www.ibisworld.com/industry-statistics/market-size/tattoo-artists-united-states/
Hendy Gaia do estúdio Quarto em São Paulo: convite para tatuar no exterior


Enquanto alguns negócios lutam para se recuperar dos impactos da pandemia de covid-19, o setor de tatuagem comemora saldos positivos. De acordo com uma pesquisa divulgada pela IBIS World, a indústria global de tatuagem, estimada em US$ 1.4 bilhões, deve crescer 23.2% em 2021, superando a porcentagem prevista para bens de consumo e serviços. No Brasil, país que ocupa a 9ª posição entre as nações mais tatuadas, o setor teve resultados ainda maiores, com crescimento de 50% em 2020, segundo dados da Associação Nacional dos Tatuadores. 

“A pandemia trouxe para os estúdios pessoas de todas as tribos e idades”, afirma a tatuadora Hendy Gaia, do estúdio Quarto, em São Paulo. No time do primeiro estúdio de tatuagem da Avenida Paulista, inaugurado em julho, a artista confirma o bom momento do mercado. “Em 2019, fazia em média 10 tattoos por mês. Este ano, passou para 45 tatuagens mensais”, conta.

Segundo ela, o aumento da demanda vem acompanhada de uma fase onde as pessoas estão mais criteriosas na hora de escolher os desenhos para tatuar. “Os temas estão mais profundos e pessoais, menos ligados à modismos”, afirma Gaia, que define seu estilo como “tradicional, delicado e impactante”, com predomínio de preto, trabalho que agrada diferentes gerações e nacionalidades. Vêm daí os convites para tatuar na Inglaterra, Portugal e Estados Unidos, planos que a artista tem para 2022. “Estúdios de outros países estão convidando artistas de fora para colaborar e não perder a chance de faturar em casa”, conta. “Com as redes sociais, ficou mais fácil divulgar o trabalho e encontrar clientes que não medem esforços para tatuar com o seu artista favorito”, diz.

“O público está mais diverso e pedindo tatuadores de estilos diferentes”, diz Ian White, do Safe House Tattoo Studio, em Nashville, Tennessee. "A maioria dos estúdios está com agenda cheia até o final do ano”, afirma o proprietário, que busca mais profissionais para atender a demanda. “Não podemos desperdiçar essa fase por falta de artistas”.

Com o crescimento da procura e as consequências comerciais da pandemia, o setor enfrenta uma baixa no abastecimento de suprimentos como tintas, agulhas, luvas e máscaras, com produtos até 300% mais caros. Vem daí que ter uma tatuagem na pele também encareceu. Nos Estados Unidos, país com mais de 25 mil estúdios, o preço de uma tattoo gira em torno de US$ 150 a hora e depende do tamanho e da complexidade do desenho. “Embora não seja algo de primeira necessidade, a tatuagem é um símbolo de personalidade e auto-estima, sentimentos que não têm preço, especialmente em tempos difíceis”, conclui Gaia.



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