Com a queda nos juros, cada vez mais brasileiros têm se interessado pela renda variável como forma de ter mais retorno. Prova disso é que o número de pessoas físicas na Bolsa de Valores superou neste ano a marca simbólica de 1 milhão. Mas, quando se trata de desse segmento, muitos ainda se confundem em relação a rendimentos entre ações e fundos de ações.
O ponto em comum entre essas duas modalidades é que, ao comprar papéis de uma empresa, o acionista se torna sócio da mesma. Dessa forma, o patrimônio do investidor cresce à medida em que a companhia se valoriza no mercado.
No caso do investimento em valor (value investing), as empresas são escolhidas justamente pelo potencial de valorização. Tanto o comprador de ação quanto o gestor do fundo de ações buscam se associar às companhias que sejam as mais promissoras, segundo a estratégia do seu portfólio.
Nessa avaliação, são levados em conta fatores como expectativas de vendas, a administração, vantagens competitivas e potencial do mercado. É o chamado valuation.
Lucrando com fundos de ações
No caso das ações e dos fundos de ações, a valorização dos papéis no mercado traz lucro na venda futura por preço menor que o pago inicialmente por eles.
Os fundos de ação, por sua vez, são divididos em cotas. Elas são adquiridas pelos investidores e representam frações da carteira de ativos detidos por eles. Assim, o aumento do valor de ações se reflete no aumento das cotas. São elas que determinam o rendimento.
Tome-se como exemplo um fundo popular no mercado, como o Alaska Black Fic Fia II BDR Nível I. Desde 2017, o conjunto das suas ações teve uma alta de 148,58%, enquanto nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 49,12%. Os dados são da página do Alaska Black Fic Fia II BDR Nível I na ferramenta comparativa de fundos de investimento da Suno Research.
Dessa forma, se o investidor que comprou R$ 100 em cotas há cerca de dois anos vencê-las agora, terá um lucro de R$ 148,58. Já para quem investiu há um ano, este montante será de R$49,12. Ambos os valores não consideram impostos nem taxas de administração e afins.
A mesma lógica vale para o BB Top Ações Dividendos FI, outro fundo bastante conhecido. Em 12 meses, seu portfólio se valorizou em 38,16%. Desde o início das suas atividades, em 2005, a alta foi de 624,15%. Assim, os rendimentos brutos para R$ 100 em cotas seriam de R$ 38,16 e R$ 624,15, respectivamente.
Lucrando com ações
Esse lucro com a compra e venda também vale para as ações, mas há um fator adicional: proventos. As preferenciais da Petrobras, por exemplo subiram 50,05% em um ano. Ou seja, negociar R$ 100 do papel renderia R$ 50,05 brutos – excluindo-se taxas e impostos. Os dados são do perfil das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) no site Statusinvest.
Mas, adicionalmente, a empresa pagou R$1,6387 por ação no período entre dividendos e juros sobre o capital próprio. Assim, quem tinha 1.000 ações lucrou R$ 1.638,70 brutos. Ou seja, mesmo que não tenha vendido o papel, o investidor teve lucro por ser acionista da empresa.
Outra empresa que é possível citar neste caso é o Itaú. As ações preferenciais do banco (ITUB4) tiveram alta de 34,31% nos últimos 12 meses. E, no mesmo período, a empresa gerou R$2,7776 em proventos para seu investidor. Assim como as ações ordinárias da Ambev (ABEV3): valorização de 7,05% em um ano e R$ 0,32 de proventos por ação.