O município de Varre-Sai passou a integrar a lista das cidades prejudicadas pelo transbordo de quatro rios. Casas foram inundadas na Comunidade da Prata. Houve deslizamento de encostas.
Ao todo, são nove municípios atingidos. Algumas pessoas puderam voltar para casa e o número de desabrigados e desalojados, que nessa segunda-feira (27) chegou a 15 mil, diminuiu para 13.328 em toda a região hoje (28).
Itaperuna
Em Itaperuna, uma das mais afetadas pelas inundações, 113 pessoas, sendo 34 crianças e adolescentes, ainda estão desabrigadas, e mais 2.040 estão desalojadas. Quem voltou para casa contabiliza os prejuízos, como é o caso da dona de casa Mariana Garcia, que aos oito meses de gestação perdeu tudo.
“Eu não tenho mais nada. Perdi minhas coisas de casa e da minha filha de três anos. É difícil, pois sou eu sozinha e minha irmã. Eu estou grávida, quase ganhando [o bebê]. Perdi todos os meus documentos... É muito triste perder tudo assim”, lamenta Mariana.
A enfermeira Janine Viera Valentim trabalha na Unidade Ambulatorial Pediátrica Mariza Mozer, que fica na Rua 10 de Maio, no Centro, e conta que os prejuízos foram grandes. Houve perda de documentações, móveis e outros materiais.
“Fomos pegos de surpresa com essa inundação. Pedimos a compreensão dos pacientes, pois vai demorar para limpar. O funcionamento só deve voltar ao normal na segunda-feira”, diz a enfermeira.
O nível do rio Muriaé baixou e está em 4,47 metros nesta terça-feira. Apenas um pouco abaixo da cota de transbordo, que é de 4,50 metros, mas o suficiente para permitir que os moradores comecem a retomar a rotina. Nas ruas do Centro, por onde só era possível passar de bote, já dá para caminhar a pé ou trafegar de carro.
O município recebe doações de todos os tipos na sede da Defesa Civil, que fica na rua Alcides Augusto Magalhães, nº 470. Os itens mais necessários são água potável, material de limpeza, de higiene pessoal e roupas de criança.
Nesta terça, o nível do rio está em 4 metros, abaixo da cota de transbordo, que é de 5,20 metros. São 183 pessoas desabrigadas e 4.500 desalojadas. O município decretou situação de emergência depois que 90% do território ficaram submersos. Bairros como o Centro, Operário, Ilha, João Braz, Nova Caeté, Nossa Senhora da Penha, Barra e Olívia Peres ficaram debaixo d’água.
Após o abastecimento de água ser cortado pela Cedae, empresa que atende a cidade, o prefeito Leo Coutinho anunciou nesta segunda-feira (27) o restabelecimento do serviço durante uma transmissão ao vivo no Facebook.
O município recebe doações, especialmente de colchões e água potável, através da Defesa Civil, que atende no Centro Cultural, na Av. José Tanus, no Centro.
Outros municípios
O rio Itabapoana ainda está acima da taxa de transbordo, com 3,35 metros. O objetivo é que a água continue a baixar, já que o rio transborda quando chega aos 2,10 metros. De acordo com a Defesa Civil de Bom Jesus do Itabapoana, 194 pessoas estão desabrigadas e 1.100 desalojadas.
O município também está com o decreto de situação de emergência e recebe doações de mantimentos e água potável na sede da Defesa Civil, no prédio do antigo Fórum ou na sede da Assistência Social, que fica na Avenida Olímpica.
Em Cardoso Moreira, que decretou situação de calamidade, e em Italva, o nível do rio Muriaé também ainda está acima do transbordo. Já em Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua e em Natividade, o nível da água baixou e não causa mais inundações.