26/03/2019 às 11h26min - Atualizada em 28/03/2019 às 00h18min

Uma em cada quatro crianças abandona a escola antes de completar ensino médio

A relação professor-aluno e o processo positivo de ensino-aprendizagem são capazes de minimizar sensivelmente a evasão escolar. Um clima de mútua confiança, assim como um processo que contemple estratégias voltadas para a valorização do aluno, que priorize sua participação certamente proporcionarão a motivação e o ambiente favorável a aprendizagem.

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A taxa de evasão escolar no Brasil é a terceira maior do mundo, segundo o Relatório de Desenvolvimento, divulgado pelo Pnud: em média, 24,1% dos alunos não concluem o Ensino Fundamental até os 16 anos. São inúmeros os fatores que envolvem essa triste realidade, podendo-se citar desde as dificuldades financeiras até a falta de interesse ou motivação pelo processo de aprendizagem. Mesmo diante desse cenário, de difícil resolução, algumas atitudes dentro da comunidade escolar podem ajudar a melhorar essa situação.

A psicopedagoga Eloisa Mota acredita que a escola pode contribuir muito para o sucesso ou para o fracasso de seus alunos. Devem-se considerar os aspectos físicos, químicos e psicológicos que levam a mudanças no comportamento do discente, assim como a falta de estímulos na escola.

As condições da escola e dos profissionais que nela atuam são fatores que muitas vezes influenciam o desempenho dos alunos e servem de desestímulo para o prosseguimento dos estudos. Sabe-se, entretanto, que a evasão escolar pode estar associada ä falta de uma estrutura familiar adequada. De qualquer forma, aos educadores compete o papel de identificar aspectos comportamentais que possam interferir negativamente no rendimento em sala, levando o aluno desmotivado ao abandono da escola.

Tanto a relação professor-aluno quanto um processo de ensino-aprendizagem adequado são capazes de minimizar sensivelmente a influência negativa de outros fatores. Um clima de mútua confiança, assim como um processo que contemple estratégias voltadas para a valorização do aluno, que priorize a participação ativa do educando em sala e o aceite como um ser capaz de trazer contribuições a serem compartilhadas com o grupo ao qual está inserido, certamente proporcionarão a motivação e o ambiente favoráveis à aprendizagem significativa.

Nádia Bossa coloca em seu livro “Fracasso Escolar: Um olhar psicopedagógico”, que: “A produção de saberes sobre a criança, bem como o controle disciplinar ao qual foi submetida, trouxeram como consequência um mecanismo de exclusão. As crianças que não conseguiam adaptar-se às regras estabelecidas e atender a um ideal de obediência, de disciplina, de eficiência e de racionalidade, passam a ser vistas como fora da norma, isto é, anormais.”

Uma área tem se destacado no sentido de prevenir o fracasso escolar, ou seja, os conhecimentos e o olhar da Psicopedagogia têm buscado contribuir no sentido de diminuí-lo. O Psicopedagogo vem ocupando e conquistando espaço no ambiente escolar, pois através de sua formação ele possui um olhar diferenciado para as defasagens e dificuldades do aluno, contribuindo, orientando e sinalizando o corpo docente e a família.

A escola precisa estar ciente do seu papel diante do aluno e da sociedade e, para isso, são necessários uma organização integrada, uma boa assessoria e um núcleo de profissionais especializados e capacitados.

É na instituição de ensino que a criança terá o convívio com outras crianças e adultos; logo, irá adquirir novas experiências, sentir, comparar, idealizar, registrar, descobrir, trocar, reinventar. Como resultado, ela vai arquitetando o seu conhecimento sobre o mundo e desenvolvendo sua inteligência. Esse processo diz respeito ao todo da criança e à forma como ela se insere no mundo.

A ação psicopedagógica na escola precisa estar fundamentada no diálogo, na escuta e na troca, destaca Eloisa Mota, que para compartilhar e ajudar outros profissionais da área criou no Instagram o projeto “Proseando no Pomar”.

É importante que o profissional esteja preparado e saiba trabalhar frente às necessidades do ambiente escolar em que está atuando. Tal atuação envolve o desenvolvimento de relações interpessoais, o vínculo afetivo, adequação de métodos de ensino, sempre envolvendo toda a equipe escolar nesse processo contínuo de crescimento. 

A psicopedagogia se preocupa com o aluno como um todo, como ele aprende, se esta aprendizagem está sendo efetiva, se este aluno está motivado, se o aluno possui alguma desordem de aprendizagem ou alguma dificuldade e precisa tratá-la.

O psicopedagogo não vem com as respostas prontas, é necessário um trabalho de equipe, em parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, alunos, pessoal de apoio, família), para que sua atuação seja efetiva e positiva, assim como a sua intervenção. Somente assim poderá promover os ganhos esperados e minimizar as dificuldades no contexto escolar.

É preciso mudar a estratégia, a prática, inovar para atrair os alunos faltosos e os que deixam a escola muito cedo. Isso pode acontecer por uma liderança local, um parceiro da escola, a reestruturação de projetos educacionais e a própria atuação docente. O fundamental é que não se pode desconsiderar a opinião dos jovens. A primeira mudança é nesse processo de escuta, é preciso escutar os jovens para entender quais são as suas necessidades.



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