A escleroterapia com espuma densa é uma técnica que se tornou mais popular recentemente por ter ganhado a mídia, e que virou febre por tirar muitas pacientes da necessidade de um procedimento cirúrgico. É uma das técnicas disponíveis para se tratar varizes de todos os tamanhos, maiores até tamanhos menores, não sendo necessariamente a melhor. A técnica consiste na injeção da espuma produzida pelo Polidocanol, em diversas concentrações, direta ou indiretamente nas veias varicosas através de punções venosas, até o preenchimento total do seu lúmen.
O paciente deve ser avaliado e examinado pelo cirurgião vascular / angiologista, pois o resultado depende diretamente de vários fatores como o calibre da veia, do tipo de veia, da idade da veia varicosa e do fototipo do paciente, e ainda sabendo o paciente que o procedimento requer cuidados pós e pré-procedimento.
Este tipo de tratamento pode ser realizado ambulatorialmente, em consultório, sem necessidade de cirurgia, anestesia ou sedação, devendo ser ecoguiado e executado por um angiologista ou cirurgião vascular, porque como toda técnica pode apresentar complicações, e estas ainda podem ser drásticas tanto do ponto de vista estético quanto sistêmico.
Este ano a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) lançou uma campanha de esclarecimento da população sobre a escleroterapia. Somente o angiologista e/ou cirurgião vascular saberá, com segurança, qual a melhor técnica a ser empregada em cada caso, e a verdadeira dimensão de suas varizes e do tratamento necessário.
Podemos ter desde complicações graves como injeções intra-arteriais com perigo de perda do membro e risco de vida, como trombose e embolia pulmonar.
Complicações menores também são relatadas como feridas (úlceras de difícil cicatrização), manchas escuras, flebites.
Além das complicações, temos as contraindicações, que só poderão ser analisadas por quem é especialista no assunto, evitando uma maior probabilidade de acontecimentos indesejados no paciente.
Assim percebe-se que a escleroterapia com espuma densa não deve ser banalizada, não é um milagre, nem uma bobeira, e sim um procedimento médico, que necessita de um profissional habilitado, treinado e com capacidade técnica de resolver possíveis complicações, para sim, ter o resultado esperado por ambos, paciente e médico.
Dr. Thiago Melo do Espirito Santo
Cirurgião Vascular - Especialista SBACV
CREMEB - 23889 / CREMESP 128547
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Dra. Fernanda Marchezini
Cirurgiã Vascular - Especialista SBACV
CREMEB - 19.943
Instagram: @fernandamarchezini