Segundo os dados publicados pelo CAGED de 2023, no que diz respeito às contratações de trabalhadores na economia de Campos dos Goytacazes (RJ), analisando o saldo líquido (admissões menos demissões) por grau de instrução da mão de obra, pode-se observar que a economia campista absorveu um contingente significativo de trabalhadores com ensino médio completo. No ano de 2023, foram 3.880 contratações desse grupo.
Enquanto isso, no mesmo período, ao invés de se criar empregos formais para pessoas com ensino superior, ocorreu o oposto: a economia de Campos destruiu 32 postos de trabalho. Isso demonstra claramente que a mão de obra exigida no mercado de trabalho da cidade não precisa de curso superior para se empregar, bastando ter ensino médio, já que a economia local majoritariamente oferta vagas de média qualificação. Isso é muito preocupante, pois temos um grande polo universitário com mais de vinte mil universitários e, conforme a presente realidade do CAGED, eles estão se formando e, tudo indica, buscando empregos fora do município.
Agora, no mesmo recorte de tempo analisado neste estudo, conforme o gráfico, o saldo líquido relativo ao grau de instrução de analfabetos ficou negativo em oito trabalhadores, ensino fundamental incompleto em menos vinte e dois trabalhadores, ensino fundamental completo em menos cento e sessenta trabalhadores, ensino médio incompleto criou trezentos e dezoito empregos e ensino superior incompleto trinta empregos a mais.
Portanto, em função dos números apresentados, chega-se à seguinte conclusão: para se empregar na economia de Campos, basta ter ensino médio. Infelizmente, temos uma economia de serviços de baixo valor agregado e baixo nível tecnológico em pleno século XXI, paradoxalmente coexistindo com um grande polo universitário. É inacreditável!