08/12/2021 às 14h16min - Atualizada em 08/12/2021 às 14h40min

Busca por microfranquias cresce durante a pandemia

Procura pela modalidade cresce ao lado do desemprego e da taxa de empreendedorismo potencial; especialista explica o que os empreendedores devem saber para começar

DINO
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O interesse dos brasileiros por microfranquias cresceu ao longo da pandemia de Covid-19. É o que apontam os dados do Portal do Franchising, que revelam que a busca pela modalidade nos meses de maio, junho e julho de 2021 foi 14% maior do que nos três meses anteriores. Ainda segundo o site, 40% das páginas mais visitadas do portal são sobre microfranquias e, historicamente, 80% do público que busca uma franquia declara que tem até R$ 100 mil para investir.

Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), microfranquias são negócios replicados por meio do modelo de franchising que exigem um investimento inicial inferior ao das franquias tradicionais. Como referência, a ABF (Associação Brasileira de Franchising) adota o valor de três vezes o PIB (Produto Interno Bruto) anual médio por habitante do país como valor máximo de investimento para o negócio se classificar neste setor.

A alta nas pesquisas por microfranquias ocorre em um cenário em que o número de desempregados bateu recorde no primeiro trimestre do ano no Brasil, atingindo 14,8 milhões de pessoas, conforme indicativos da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De forma concomitante, indicativos do relatório da GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2020, realizado no país em colaboração com o Sebrae e o IBPQ (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), demonstram que, com o desemprego formal em alta, a taxa de empreendedorismo potencial - composta por pessoas que não têm uma empresa, mas pretendem abrir um negócio em até três anos - cresceu 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020.

Rafael Marutaka, CEO do Grupo Lamadre - que atua com franquias de seguros - afirma que grande parte dos empreendedores potenciais é formada por pessoas que ficaram fora do mercado de trabalho, dispõem de um valor baixo para investir e que por isso veem nas microfranquias uma boa alternativa para tocar o próprio negócio. Segundo o empresário, o corretor de seguros que atua de forma autônoma e acaba de entrar no mercado de trabalho possui um custo superior a mil reais, para adequação de estrutura e sistema operacional, enquanto que, pela franquia, ele poderia atingir um custo mais ínfimo.

“Por diversos motivos, as microfranquias são uma boa opção para o empreendedorismo em tempos de crise econômica e sanitária. Pensando financeiramente, elas possuem um valor mais acessível do que as franquias em geral, trazendo retorno tão satisfatório quanto as demais”, afirma. “Além disso, pensando em seu formato e modelo de negócio, as microfranquias são uma opção para quem busca um trabalho home office ou um modelo mais acessível de investimento inicial”.

O que o empreendedor potencial deve saber sobre microfranquias?

Marutaka traça um panorama do mercado de microfranquias e esboça as principais tendências para o futuro pós-pandemia. “O mercado de microfranquias cresceu muito nos últimos anos, principalmente pelo baixo investimento, que, por consequência, diminui o risco financeiro. Os brasileiros passaram por um momento delicado, e a crise sanitária nos deixou muitas lições. Assim, os microempreendedores devem buscar opções seguras e concretas, o que se encaixa perfeitamente nas microfranquias, já que estas se tratam de empresas já estruturadas e de um custo menor”. 

Em tempo: de acordo com a ABF, 562 redes com modelo de microfranquia operam no país. Paralelamente, o volume de MEIs (Microempreendedores Individuais) cresceu 10,2% no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, totalizando 10,3 milhões de registros, segundo o Portal do Empreendedor. Foram 892.988 novas formalizações, um recorde histórico semestral, ainda de acordo com o site.

O especialista destaca que o empreendedor inicial enfrenta muitas adversidades em sua jornada, dificuldades estas que podem ser minimizadas considerando que há uma cartela com diversos segmentos de microfranquias para investir. “As microfranquias, assim como as empresas em geral, podem ser divididas em dois grandes grupos: de serviços e de produtos. Quem está buscando uma microfranquia mais barata, deve levar em conta que na área de venda de serviços não é necessário estoque e um local físico para atuar. Assim, por consequência, esta se torna mais barata e acessível para qualquer pessoa”, conclui Marutaka.

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