Mais uma noite de Olimpíadas de Tóquio 2020 e mais uma polêmica envolvendo a arbitragem de um evento com brasileiro. Mas se na véspera o ouro de Ítalo Ferreira ajudou a superar a decepção com a eliminação de Gabriel Medina com nota duvidosa, na madrugada de terça para quarta-feira não houve uma medalha que apagasse a tristeza com a eliminação de Maria Portela. O país se revoltou com a derrota da judoca brasileira por acúmulo de punições nas oitavas de final da categoria até 70kg feminino.
Portela havia estreado bem, com um rápido ippon em 28s contra a afegã Nigara Shaheen. Nas oitavas de final, porém, disputou uma batalha de quase 15 minutos contra a russa Madina Taimazova. Após terminar os quatro minutos regulamentares sem pontuações, as duas foram empatadas para o ponto de ouro, que durou quase 11 minutos.
Poderia ter terminado no terceiro minuto, quando Maria projetou Taimazova, que tocou os ombros no solo antes de girar e cair de frente, num aparente wazari. O árbitro Everardo Garcia não deu ponto e o lance foi à revisão em vídeo, mas mesmo assim a pontuação não foi concedida. A luta seria decidida com a terceira punição (shido) por falta de combatividade de Portela, após quatro entradas seguidas da russa.
O choro desesperado de Maria Portela comoveu a torcida brasileira, que se revoltou com a resolução do combate nas mãos do árbitro. Os comentaristas da TV Globo e dos canais SporTV reclamaram que o wazari tinha sido nítido, e receberam o coro de ex-campeões mundiais como João Derly e Luciano Corrêa.