De janeiro a abril de 2021, o Brasil movimentou R$ 3 trilhões em cargas, um aumento de 38% quando comparado ao mesmo período de 2020, em que foram contabilizados R$ 2,1 trilhões, de acordo com o relatório Índice da Movimentação de Cargas do Brasil da AT&M. Um grande fator que influenciou esses números a crescerem foi a mudança do comportamento do consumidor brasileiro com a digitalização, que a pandemia fez saltar durante o último ano.
Se o desempenho da logística não foi afetado negativamente, foi graças, principalmente, ao crescimento exponencial que o e-commerce vem sentindo mês a mês, com cada vez mais pessoas comprando online, deixando de lado a insegurança pelo comércio eletrônico e a preferência pela loja física. Além de mais cômoda e prática, a compra virtual é até mesmo mais segura devido à recomendação ainda vigente de distanciamento social.
Além dos números de movimentação de cargas, outro dado que confirma o progresso do setor logístico, mesmo em tempos de crise generalizada, foi a alta das vagas de emprego. De janeiro a maio deste ano, foram registradas 37% a mais de oportunidades que no mesmo período do ano passado, contabilizando 13.544 posições disponíveis para novas contratações.
De certa forma, em algum momento, todo empreendedor precisa recorrer à logística, seja para receber insumos e matéria-prima ou transportar seus produtos até seus clientes. E esse fato também é um aspecto a ser considerado quando a pauta é a estabilidade do setor. “O operador logístico é bem mais do que um mero agente de transporte, mas, sim, uma parte importante nos negócios. Nos dias de hoje, não basta pegar uma caixa na origem A e levar para o destino B. Com o mundo e o mercado mudando, a forma de se relacionar com pessoas e negócios também mudou, não basta transportar, é preciso ser um consultor, enxergar possibilidades, indicar oportunidades e oferecer o melhor serviço/benefício do mercado”, destaca Eduardo Bazi, da área Comercial da Costa Brasil – especialista em Operação de Transporte Multimodal (OTM).
“Estamos vivendo uma revolução digital nos últimos anos, tudo está mecanizado, robotizado e automático. (...) Você escolhe um produto, ele chega na porta de sua casa e você ainda acompanha todo o trajeto dessa entrega”, afirma Eduardo. Bazi defende que em meio a esse mundo totalmente motorizado, apesar da logística usar de tecnologia e inovação, o operador logístico não é um sistema programado de entregas. “Somos consultores e indicamos o melhor modo de serviço para os nossos clientes, procuramos entender qual a sua demanda, o que eles querem realizar com o seu negócio, personalizamos suas operações e atendemos suas necessidades”, acrescenta. Isso quer dizer que para uma distribuição bem executada não basta saber apenas informações sobre a carga em si, mas compreender o que a empresa contratante precisa para prosperar para que a estratégia logística seja a ponte entre o que ela necessita e a solução que a atende.
Sendo assim, além da logística “pegar carona” no sucesso do e-commerce, a categoria também vem se especializando para que o relacionamento com o cliente, a consultoria de seus serviços e as operações sigam um alto padrão de qualidade com um custo-benefício competitivo ao mercado e, dessa forma, ganharem destaque como um dos segmentos que continuam crescendo na contramão do atual cenário econômico no Brasil.