19/07/2021 às 12h05min - Atualizada em 19/07/2021 às 14h31min

Robôs industriais ganham destaque na Indústria 4.0 por agregar maior velocidade à produção, tornando-a eficaz e precisa

A robótica avançada interage fisicamente com as pessoas ou com o ambiente e é capaz de modificar seu comportamento com base em dados de sensores

DINO


A automação faz parte do universo da Indústria 4.0, que utiliza os robôs industriais como métodos econômicos os quais reduzem falhas humanas, eliminam desperdícios, melhoram a produtividade e geram resultados na qualidade dos produtos, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A McKinsey, empresa de consultoria empresarial americana, estima que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderão reduzir os custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, reduzir o consumo de energia entre 10% e 20% e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.

Um robô industrial é um manipulador multifuncional capaz de ser controlado, tanto manualmente quanto automaticamente, e de ser reprogramado várias vezes, podendo possuir três eixos de movimentação, ou mais, lineares ou rotacionais, de acordo com a norma ISO 8373, citada pela International Federation of Robotics.

“Robôs industriais normalmente são utilizados para manipular peças, materiais, ferramentas ou até dispositivos especiais, como um equipamento multifuncional. A gama de aplicação é muito ampla e pode realizar operações relativamente complicadas, com mais qualidade e flexibilidade do que as máquinas tradicionais dedicadas à indústria”, declara Matheus Sokacheske, graduado em Engenharia de Controle e Automação, com Mestrado em Gestão de Projetos.

Existem atualmente diversos tipos de robôs, diz Matheus, pensados e desenvolvidos para vários tipos de aplicação. O robô possui algumas características que devem ser levadas em consideração para uma correta escolha. São elas: o grau de liberdade (determina quantos eixos deve possuir para realizar os movimentos da aplicação), a zona de trabalho (quanto espaço terá para realizar tarefas e o alcance necessário), a carga a suportar (um dos parâmetros mais importantes, onde define peso que necessita manipular e a escolha que atenda a especificação), velocidade de movimentação (dependendo de cada aplicação especifica, máximas e mínimas) e a repetibilidade (definido de acordo com a tarefa e as necessidades do processo).

Conforme o especialista, o setor da robótica avançada tem se desenvolvido e evoluído muito nos últimos anos, ocupando uma área de extrema importância para a indústria, sendo hoje quase que insubstituível em certos processos. Ele observa que as principais aplicações dos robôs são as manipulações de peças em que são inviáveis por um ser humano, muitos casos por conta do peso dos materiais a serem movimentados ou devido ao ambiente da aplicação que pode ser perigoso e exaustivo.

Robôs de montagem são uma das aplicações mais comuns, informa o gestor de projetos, muito utilizados em aplicações que necessitam uma taxa alta de repetibilidade e padrão de montagem. Com isso, pode-se aumentar a qualidade e a capacidade de produção da indústria. “Os robôs de corte e de solda são mais eficientes que o ser humano devido à sua repetibilidade em todos os ciclos de solda e de corte, tornando a qualidade do processo muito mais precisa”, explica Sokacheske, com forte conhecimento em processo de simulação de robôs, utilização dos softwares Roboguide (Fanuc) e RobotStudio (ABB), gerenciamento de equipes para instalação linhas automatizadas com robôs de manuseio, pintura e montagem com transportadores motorizados.

Segundo o SENAI, o uso de tecnologias na indústria permitiu aumentar em 22%, em média, a capacidade produtiva de micro, pequenas e médias empresas dos segmentos de alimentos, bebidas, metalmecânica, moveleiro, vestuário e calçados. Pesquisas realizadas por diversas consultorias têm estimado os impactos que o avanço da digitalização poderá ter sobre a competitividade do Brasil. A Accenture, empresa multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing, estima que a implementação deverá impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$ 39 bilhões até 2030.

O engenheiro de controle e automação afirma que as aplicações robóticas ocupam um grande espaço na indústria tornando o robô um equipamento de extrema importância, em certos processos. Porém, avisa que apesar de toda a tecnologia desenvolvida dentro de um robô, a interação com o ser humano sempre será necessária, pois ainda não é 100% independente.

“Sempre serão necessários ajustes de posição, trajetórias e lógicas de programação, onde o robô não consegue realizar por si próprio. Assim, o objetivo final dos robôs não é a substituição completa do ser humano, mas, sim, facilitar a vida e torná-la mais simples, retirando o ser humano de realizar tarefas cansativas e repetitivas”, finaliza Matheus Sokacheske, que também é gerenciador de projetos focado na área de automação e manufatura, com ênfase em criação de soluções de baixo custo, e flexibilidade para a indústria, com experiência em otimização de processos, realizando análises de falhas, melhorando tempos de ciclo, realizando modificações e upgrades em ciclos de máquinas e robôs.

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