As autoridades japonesas detectaram 41 novos casos de infeção por coronavírus a bordo do cruzeiro Diamond Princess que está sob quarentena no porto de Yokohama, no Japão. Com isso, sobe para 61 os casos confirmados a bordo, sem contar com o residente de Hong Kong que saiu do navio na região administrativa especial chinesa. O número total de pessoas infectadas no Japão é de 86.
O ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, informou, em conferência de imprensa, que 21 dos 41 novos casos confirmados são japoneses. Dentre os demais infectados estão oito norte-americanos, cinco australianos, cinco canadenses, além de um britânico e um argentino, que vem a ser o primeiro caso de infecção em nacionalidade latino-americana.
Os demais 20 casos a bordo do Diamond Princess tinham sido detectados no início da semana e os infectados foram encaminhados para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão sendo tratados. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos em passageiros e tripulantes do cruzeiro, com 3,7 mil pessoas a bordo. O navio está sob quarentena desde segunda-feira (3) e por um período de duas semanas.
O navio, que na quarta-feira (5) se afastou da costa para limpezas, vai voltar a ficar ancorado no porto de Yokohoma, ao sul de Tóquio, para aprovisionamento, enquanto os infectados serão levados para centros médicos na região.
Ontem (6), o governo japonês decidiu não autorizar a entrada no país de um outro cruzeiro, o Westerdam, proveniente de Hong Kong, após a confirmação de um caso de coronavírus. Este cruzeiro zarpou no sábado (1), atracou em um porto de Taiwan e seguia a rota com destino ao Japão.
Em coletiva de imprensa diária, o ministro porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, informou ter chegado nesta manhã ao Japão um quarto avião com 198 pessoas que viviam na cidade chinesa de Wuhan, o epicentro do surto do novo coronavírus, e tinham pedido para regressar ao país.
Ao todo, foram já repatriados de Wuhan 763 pessoas de nacionalidade japonesa ou familiares de outras origens.
Na quarta-feira de manhã, uma equipe das autoridades de saúde da região administrativa especial chinesa embarcou no World Dream para realizar inspeções médicas às 3,6 mil pessoas após o navio atracar no terminal de Kai Tak, em Kowloon, ao qual chegou depois de ter sido recusado pelas autoridades de Taiwan.
Os 1,8 mil passageiros e 1,8 mil tripulantes foram mantidos a bordo do navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para se submeterem a exames médicos, depois aa confirmação de três passageiros chineses, que tinham viajado na embarcação, estarem infetados com 2019-nCoV.
As autoridades de saúde de Hong Kong tentam rastrear todas as pessoas que viajaram no World Dream, muitas das quais desembarcaram na região administrativa especial chinesa em janeiro.
O cônsul-geral de Portugal em Hong Kong e Macau, Paulo Cunha Alves, afirmou que as sete pessoas com passaporte português que estão a bordo do cruzeiro retido em Hong Kong estão bem.
"Nos foi dito que todos eles foram submetidos a testes médicos e, até ontem, não haviam sido detectados problemas de saúde, mantendo-se em quarentena", escreveu Cunha Alves, em e-mail enviado à Agência Lusa.
O número de mortes pelo novo coronavírus subiu nesta sexta-feira para 636, com 31.161 pessoas infectadas, anunciaram as autoridades chinesas. Desde o último balanço, na quinta-feira, registaram-se mais 73 mortes e 3.143 casos de infeção.
Dos casos de infeção, 4.821 são considerados graves, enquanto 1.540 pessoas que estiveram doentes já tiveram alta, indicou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. As autoridades acompanharam mais de 314 mil pacientes, 186 mil dos quais continuam sob observação.
A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infecção confirmados em mais de 20 países.
Na Europa, o número de casos confirmados chegou hoje a 31, com novas infecções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.
A Organização Mundial de Saúde declarou, há uma semana, o surto do novo coronavírus uma emergência de saúde pública internacional devido ao risco elevado de propagação do 2019-nCoV.
A emergência internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação em termos mundiais.