18/12/2019 às 14h15min - Atualizada em 18/12/2019 às 14h15min

Cartão Vermelho: Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de entidades de futebol

No total, são 13 mandados de busca e apreensão por suspeitas de organização criminosa, falsidade ideológica e de lavagem de dinheiro.

G1
Vicente Seda / GloboEsporte.com
O Núcleo de Investigação à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (NIC-LD) da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta quarta-feira (18), a Operação Cartão Vermelho em diversos endereços relacionados à cúpula da arbitragem carioca. No total, são 13 mandados de busca e apreensão por suspeitas de organização criminosa, falsidade ideológica e de lavagem de dinheiro.

O principal alvo da operação é Jorge Rabello, que presidiu a comissão de arbitragem da Federação de Futebol do Rio por mais de uma década. Rabello acabou preso em flagrante durante a busca em seu endereço no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por posse ilegal de arma de fogo. No seu apartamento, foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e um revólver calibre 38 com munições.

Rabello e outros dois suspeitos que trabalhavam no Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Saperj) e na Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Coopaferj) tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados pela 19ª Vara Criminal.

Messias José Pereira é ex-presidente da Coopaferj e apontado como "testa de ferro" de Rabello, enquanto Sérgio Mantovani Cerqueira é ex-contador da entidade. De acordo com a petição dos mandados assinada pelos delegados Aloysio Falcão e Marcio Teixeira de Melo, Rabello e Messias apresentam evolução patrimonial incompatível com as respectivas funções.

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro informou que "tomará conhecimento do motivo do mandado de busca e apreensão e prestará, como sempre, os esclarecimentos necessários".

Além da quebra de sigilo e das buscas, foi pedida prisão temporária de Rabello e Messias., bem como o bloqueio de bens. Os dois pedidos foram negados pela Justiça. O relatório do inquérito da Polícia Civil explica que a apuração partiu de uma denúncia anônima corroborada por diligências e depoimento pessoal de duas testemunhas.

Em abril deste ano, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, promoveu uma mudança na comissão de arbitragem, a integrando em um departamento sob a direção de Luiz Mairovitch. Na comissão de arbitragem, Rabello deixou a presidência para dar lugar ao seu vice José Carlos Santiago. Rabello passou a comandar somente escola de árbitros.

Desvio de recursos

Segundo a petição da Polícia Civil, Rabello é "acusado de vender a sede do sindicato, sem autorização, sendo o destino do valor percebido com a transação ignorado pelos sindicalizados, levantando a suspeita de fraude na alienação do imóvel, bem como, indevida destinação dos valores auferidos, supostamente algo em torno de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Há suspeita também de que Jorge Rabello e Messias José Pereira utilizavam dinheiro das entidades em exame, para pagar despesas pessoais, através da indevida utilização de cartões de crédito corporativos".

O uso de recursos das entidades para pagamento de despesas pessoais com cartões corporativos foi denunciado pelo GloboEsporte.com no dia 15 de fevereiro deste ano.

Por meio de nota oficial, a Ferj se manifestou:

"Diante de um mandado judicial de busca e apreensão, determinado para ser realizado nas dependências da Comissão de Arbitragem (setor integrante do Departamento de Arbitragem), face a processo envolvendo o Sindicato dos Árbitros e Cooperativa de Árbitros, entidades autônomas e independentes, e ainda antigos dirigentes da Comissão de Arbitragem (COAF), a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do seu presidente Rubens Lopes da Costa Filho, recebeu as autoridades em sua sede, facilitando e franqueando todas as dependências da FERJ para o que se fizesse necessário ao cumprimento do citado mandado, realizado de forma clara, imparcial, pacífica e rigorosa.

Cumpre-nos ressaltar que a FERJ preza por total transparência e lisura em seus procedimentos, repudia atos ilegais, pugna por correção, não faz parte de sindicatos ou cooperativas, não possui qualquer ingerência em relação a estes e coloca-se à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que permitam a busca da verdade e da justiça, na distinção e preservação da integridade de pessoas e instituições e punições de culpados".

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