O controle agroecológico de pragas está em voga e é uma promessa para uma agricultura sustentável. Dentro a agroecologia emprega-se o controle biológico e naturais no combate a pragas.
Pesquisas em controle biológico de pragas
A Embrapa possui um canal temático somente para controle biológico. Onde acreditam ser o próximo "pulo do gato" no combate a pragas. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1092714/controle-biologico-o-proximo-pulo-do-gato
A Embrapa investe em pesquisas de controle biológico de pragas desde os anos 80. Nesse tempo os estudos científicos resultaram num sólido expertise que envolve cerca de 30 unidades de várias regiões brasileiras e mais de 130 projetos de pesquisa.
A premissa básica do controle biológico é controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitoides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias.
Trata-se de um método de controle racional e sadio, que tem como objetivo final utilizar esses itens naturais no controle e combate a pragas.
Dessa forma, a pesquisa agropecuária espera contribuir para reduzir o uso de pesticidas químicos empregados no manejo integrado de pragas. Além de colaborar para a melhoria da qualidade dos produtos agrícolas, redução da poluição ambiental, preservação dos recursos naturais e, portanto, para a sustentabilidade dos agroecossistemas.
O crescimento do controle biológico no Brasil
No Brasil, em 2010, o mercado de produtos de controle biológico foi aproximadamente de U$ 70 milhões, equivalente a 2% da venda do mercado de agrotóxicos sintético. Sendo assim um potencial de crescimento em defensivos naturais, um substituto que provê excelente resultados e com baixo impacto ambiental.
A indústria de agentes de controle biológico está em desenvolvimento, na sua maioria, pequenas e médias empresas, poucas estabelecidas há mais de 10 anos.
Empresas líderes em vendas de agrotóxicos sintéticos, estão adquirindo ou reativando divisões relacionadas ao desenvolvimento de biopesticidas, em função da perspectiva de negócios no mercado brasileiro.
Para este crescimento ser ordenado e controlado, a Embrapa lançou algumas ações:
- Implementação do controle biológico no âmbito do manejo integrado de pragas
- Utilização de técnicas de manejo cultural e do solo que favoreçam a ação dos agentes de controle biológico (insetos benéficos, predadores, parasitoides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias com potencial patogênico sobre insetos-praga) introduzidos e de ocorrência natural
- Formação de profissionais para o desenvolvimento e uso do controle biológico e para a implantação da cultura de utilização dessa tecnologia
- Participação na elaboração de políticas públicas para incentivar a utilização de agentes de controle biológico, regulamentação de pesquisa, desenvolvimento e registro de produtos à base de agentes de controle biológico.
- Estímulo à criação de empresas incubadas para o desenvolvimento desses agentes.
- Desenvolvimento de produtos biológicos, em conjunto com a iniciativa privada.
Principais controles biológicos existentes
O CB (Controle Biológico) como é algo praticamente novo e em desenvolvimento, tem como prioridade atender as principais pragas das principais culturas, tais como: soja, milho, algodão, feijão, cana-de-açúcar, sorgo, hortaliças, florestal, etc.
Alguns CB pesquisados pela Embrapa:
- Vespa Trichogramma spp. para controle biológico da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/521/vespa-trichogramma-spp-para-controle-biologico-da-lagarta-do-cartucho-spodoptera-frugiperda
- Micoinseticida para o controle biológico do percevejo-de-renda da seringueira
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/3342/micoinseticida-para-o-controle-biologico-do-percevejo-de-renda-da-seringueira
- Besouro coprófago para controle biológico da Mosca-dos-chifres
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/3214/besouro-coprofago-para-controle-biologico-da-mosca-dos-chifres
Microrganismos Eficientes no controle de pragas
Outro controle de pragas na agroecologia é o uso de E.M. (Microrganismos Eficientes). A adição de microrganismos contribui para a fermentação do biofertilizante e para o aumento da população de microrganismos benéficos no solo. Aumentando assim a resistência da planta a pragas e doenças. Embora alguns E.M, além de nutrir a planta age diretamente no combate as pragas.
Como surgiram os Microrganismos Eficientes e os biofertilizantes?
Os biofertilizantes surgem como alternativa ao uso dos fertilizantes químicos convencionais. A base dos biofertilizantes são formados geralmente de microrganismos como bactérias e fungos (agentes biológicos).
Para ser um biofertilizante, o Ministério da Agricultura criou a Instrução Normativa 46.
Biofertilizantes são produtos que contêm componentes ativos ou agentes biológicos, que melhoram o desempenho do sistema de produção e que sejam isentos de substâncias proibidas pela regulamentação de orgânicos (lei 10.831/03).
Quais os benefícios dos EM (Microrganismo Eficiente)
- Estabelecimento do equilíbrio da flora microbiana (equilíbrio do solo).
- Acelera a fermentação de compostos orgânicos.
- Fixam nitrogênio no solo.
- Exerce uma grande no controle de doenças de folhagem.
- Provocam a mineralização da matéria orgânica.
Dentro o universo dos microrganismos um merece destaque ao combate de pragas. É o caso do fungo BEAUVERIA BASSIANA (BALS.) VUILL
B. bassiana é um fungo que está presente naturalmente no ar e principalmente no solo. Entretanto, as consequências da produção, manipulação e da exposição a uma certa concentração de esporos pelos seres humanos requer análises mais aprofundadas.
No Brasil, B. bassiana é utilizado para o controle de diversas pragas, como o ácaro rajado (Tetranychus urticae), cochonilhas (Dactylopius coccus), cupins (Coptotermes sp.), moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus) entre outros.