Com a exploração do pré-sal e a ampliação da oferta de gás, o mercado do gás irá exigir transformações importantes como a abertura, a formação de preços, o compartilhamento de infraestrutura dentre outras questões. O programa "Novo Mercado de Gás", lançado pelo governo federal há cerca de duas semanas, visa melhorar o aproveitamento do gás oriundo do Pré-sal da Bacia de Sergipe/Alagoas e de outras descobertas, ampliar investimentos em infraestrutura de escoamento, processamento, transporte e distribuição de gás natural, aumentar a geração termelétrica a gás e ainda retomar a competitividade da indústria nos segmentos de celulose, cerâmica, fertilizantes petroquímica, siderurgia e vidro, entre outros.
As ações do Comitê serão implementadas em parceria com a Casa Civil, o Ministério da Economia, o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Nos últimos dias, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, visitou as obras da UTE GNA I e do Terminal de Regaseificação de GNL, empreendimento do novo mercado de Gás no Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense. O Parque termelétrico será referência para o setor no Brasil. As obras no porto integram o maior complexo termelétrico a gás natural da América Latina, com 3 GW de capacidade instalada.
O novo mercado do gás tem demandado atenção do governo e dos agentes do setor para criação de um novo marco legal. Por isso, o principal evento político-regulatório do setor elétrico brasileiro, o Enase, marcado para os dias 28 e 29 de agosto, chega com uma novidade, o Encontro Nacional dos Agentes do Setor do Gás - Enase Gás, que é um evento paralelo que pretende discutir com profundidade a modernização do setor de gás no Brasil.
Segundo o CEO do Grupo CanalEnergia - Informa Markets, organizador do evento, Rodrigo Ferreira, com a dimensão das mudanças advindas das novidades no mercado do gás no Brasil, era impossível ignorar a necessidade de se criar, dentro do Enase, uma programação exclusiva destinada com profundidade ao tema. "O Enase Gás foi pensado para se tornar uma importante oportunidade de se reunir os agentes do gás em torno de um tema fundamental para o futuro do País, o novo mercado do gás", observa Ferreira.
O painel de abertura do Enase Gás contará com as participações do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do diretor Geral da ANP, Décio Fabrício Oddone da Costa e do presidente do Fórum do Gás e Presidente da Abrace, Paulo Pedrosa. Importantes executivos de grandes empresas nacionais e internacionais, agentes do setor e do governo, e especialistas do meio acadêmico estarão reunidos nos dois dias de evento para debater temas que compõem o cenário futuro do mercado do gás no Brasil.
O primeiro painel, O Futuro do Gás, fará uma abordagem às tendências para a indústria do gás no mundo e no Brasil, à universalização e à mobilidade, além de novas tecnologias, considerando que o gás é o combustível da transição energética. O painel seguinte, Abertura e Desconcentração do Mercado, tratará do o Mercado Livre de Energia, mercado de curto prazo e entrada de novos players que são estratégicos para modernização deste setor no país.
No terceiro e último painel do primeiro dia de evento, Perspectivas da Oferta Interna de Gás, os palestrantes e debatedores falarão sobre a exploração do pré-sal, produção doméstica, importação da Bolívia e Argentina, e o GNL, observando que o Brasil possui reservas importantes, ao mesmo tempo que existem oportunidades relevantes para importação e abastecimento doméstico.
O segundo dia do Enase Gás contará com 4 painéis que irão tratar da integração do setor elétrico e industrial; preço; transporte e distribuição. O setor elétrico nacional e o setor industrial consomem parcela significativa da oferta de gás no Brasil, assim como a geração térmica a gás tem e deverá ter um papel importante para o abastecimento do Sistema Interligado Nacional. Este será o cenário debatido no primeiro painel do dia, que falará da integração do setor elétrico com o industrial, e o equilíbrio com fontes renováveis variáveis.
As alterações no processo de formação de preço e transparência, e perfis do trading de gás serão os destaques do segundo painel. Na sequência, o painel sobre Transporte irá debater o impacto do processo de modernização do setor de gás no Brasil nesta área. Assuntos como a independência e desverticalização do transporte, acesso às infraestruturas da cadeia de gás natural, Transição do modelo de mercado para um modelo de entradas e saídas e Operador do Sistema serão os alvos deste painel. Por fim, o tema Distribuição falará de pontos de grande discussão no processo de modernização do mercado de gás que estão relacionados ao segmento de distribuição, abordando o aperfeiçoamento da regulação da atividade de distribuição e a regulação em âmbitos estaduais.