22/05/2023 às 18h58min - Atualizada em 23/05/2023 às 00h04min

Educação Financeira pode auxiliar os colaboradores?

Douglas Barrochelo, CEO da Biz

SALA DA NOTÍCIA Biz

Em fevereiro, o Brasil atingiu a marca de 70,5 milhões de inadimplentes. Foram 433 mil novos registros de pessoas negativadas no País no mês, de acordo com números do Serasa. Segundo o levantamento, o valor de todas as dívidas somadas em fevereiro é de R$ 326 bilhões, 24% maior na comparação anual.

 

Reportando a 2022, a cada 100 famílias brasileiras, 78 estavam endividadas. O patamar é o mais elevado da série histórica produzida pela Confederação Nacional do Comércio, com início em 2010. Já de acordo com pesquisa feita pela fintech Leve, no início de 2023 cerca de 55% dos trabalhadores gastam tudo ou mais do que recebem. Além disso, 25% têm mais dívidas do que podem pagar. O levantamento ouviu 700 colaboradores de 16 empresas de todo o País. “O estresse financeiro é o precursor de vários problemas”, pontua o CEO da Leve, Gustavo Raposo.

 

O significado destes números para você, é que muitos dos colaboradores de sua empresa - de qualquer empresa - estão com problemas para equilibrar os seus gastos. As causas podem ser questões pontuais, como tratamentos médicos sem cobertura de seguros, desemprego de um membro da família, custos elevados com moradia ou educação, mas o resultado será o mesmo, colaboradores mais estressados, menos produtivos, mais sujeitos a erros e acidentes e com maior abstinência ao trabalho por questões de saúde.

 

Esse quadro de endividamento afeta diretamente a saúde mental e física dos colaboradores, segundo fortes evidências de pesquisa da Kantar Ibope, que apontou que 74% das pessoas sentem que a situação financeira impacta em sua saúde mental, e 81% relatam sintomas físicos decorrentes de preocupações com endividamento, sofrendo ainda com ansiedade e depressão. Se o corpo cobra um preço pelo endividamento, parte dele será “pago” no ambiente corporativo, com impacto mais do que relevante no ambiente de trabalho e até mesmo afetando a cultura da organização.


Para auxiliar nesse quesito, os gestores podem agir para corrigir o quadro e apoiar os seus colaboradores. Uma outra opção é negociar com entidades financeiras linhas de crédito e refinanciamento para o seu quadro. Além disso, por meio do fornecimento de conteúdo sobre a educação financeira, a empresa pode melhorar a formação dos colaboradores na administração dos próprios recursos.


Segundo a ENEF (Estratégias Nacional de Educação Financeira), educação financeira é um processo no qual os indivíduos melhoram a sua compreensão em relação ao dinheiro e produtos com informação, formação e orientação e aprendem a utilizar ferramentas que permitam um controle preciso de gastos e de receitas - incluindo os perigosos “parcelamentos sem juros” onde é fácil se perder a noção das obrigações futuras. A educação financeira é muito mais do que só aprender a cortar gastos, economizar e juntar dinheiro. É um mecanismo para se conhecer, perceber quais são suas prioridades e manter suas finanças equilibradas. Sabendo analisar riscos e benefícios do uso do dinheiro, aumenta-se a consciência sobre o seu uso racional, o que permite pensar no futuro e planejar como gastar.

Ao oferecer educação financeira aos colaboradores a empresa passa a fornecer subsídios para o colaborador não cair no mau endividamento. Além disso, ainda aumenta e complementa seu pacote de benefícios, o que a torna mais atrativa para o mercado. Por aqui, investimos esforços em proporcionar benefícios flexíveis - e personalizados - não apenas para a nossa equipe, mas para o mercado também. Ouvimos diversos gestores de RH em nosso processo de discovery e a resposta era sempre de que era necessário oferecer algo que realmente fizesse sentido para o time.


O uso de cartões de benefícios múltiplos e flexíveis, por exemplo, pode ser uma excelente maneira de seus colaboradores aplicarem em suas despesas pessoais o conhecimento adquirido nos treinamentos e cursos de educação financeira. Desta forma, ao fornecer esta oportunidade aos colaboradores, a empresa estará fornecendo a expertise para não adquirir dívidas não administráveis pela renda familiar. E ainda aumenta e complementa seu pacote de benefícios, o que a torna mais atrativa para o mercado.

 

Fontes:

Inadimplência volta a crescer em fevereiro e atinge 70,5 milhões de brasileiros - Estadão (Portal estadao)8 de Março: 30% das mulheres estão inadimplentes - Portal CNC (Portal do comercio)Notícias Corporativas (Portal kantar)

*Douglas Barrochelo, é o CEO da Biz, uma fintech que oferece uma plataforma completa de payment, banking e fraud-prevention. O executivo é bacharelado e especialista em tecnologia e engenharia pelas Universidades Cruzeiro do Sul e Presbiteriana Mackenzie. Iniciou sua carreira na Biz em 2011, como Software Enginner Jr, foi crescendo internamente e alavancando sua trajetória ano a ano e em 2020, tornou-se CEO da companhia.
A Biz permite que outras empresas possam se tornar um "banco", levando aos clientes: conta digital, cartões (débito, crédito, benefícios, cargo), adquirência, tag e soluções de crédito. Tudo isso com marca própria.


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