20/12/2018 às 17h35min - Atualizada em 27/03/2019 às 00h12min

Esporte no Brasil começa a apresentar bons modelos de administração

Há algo importante em jogo no esporte: a transparência na gestão. Mais do que uma necessidade legal, é um compromisso moral que os dirigentes de entidades esportivas precisam assumir com parceiros, colaboradores e sociedade. E o bom nesse jogo é que já temos a quem aplaudir, mesmo depois do gol contra feito pela FIFA. 

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Há algo importante em jogo no esporte: a transparência na gestão. Mais do que uma necessidade legal, é um compromisso moral que os dirigentes de entidades esportivas tendem a assumir com parceiros, colaboradores e sociedade na medida que conhecem seus benefícios.

No futebol, o modelo associativo preza por exemplos que vêm de cima (FIFA), sendo estes normalmente seguidos pelas entidades a ela filiadas. Por isso, bons modelos seriam sempre importantes. Nem por isso, mal exemplos precisam ser copiados.

A Federação Internacional de Futebol tenta caminhar para um plano eficiente de Integridade. Naturalmente, a falta de proteção interna, mecanismos de controle e adequação às leis, expõe a entidade, dando azo a um território mais propício para a corrupção. Vale para as entidades internacionais bem como para as entidades brasileiras que trabalham com esporte.

Mecanismos de transparência e ética são, além de uma questão moral, uma exigência legal no esporte brasileiro. A Lei de Incentivo ao Esporte (Profut), a Lei Pelé em seu art 18, o decreto 8420/2015 que regulamenta a Lei Anticorrupção (12846/2013), já cobram das entidades do esporte mecanismos de gestão responsável em troca de crédito e benefícios fiscais. O novo projeto de Lei Geral do Esporte, que tramita no Congresso, vai além: tipifica o crime de corrupção privada no Brasil.

Existem bons exemplos de gestores que demonstram preocupação com a lei, com as normas e, principalmente, com o futuro das entidades que administram. Eles vêm dando exemplos que precisam ser elogiados e replicados. O Comitê Olímpico Brasileiro instituiu um Conselho de Ética em março desse ano e contratou no último mês de agosto um executivo para ficar à frente da função de Líder de Conformidade. O Comitê Paralímpico Brasileiro também tem dado repetidos exemplos de gestão responsável, tendo estatuto, ouvidoria, código de ética. No futebol, o Conselho Deliberativo do Internacional criou uma comissão que investigou irregularidade na gestão anterior, apontou Gestão Temerária, expulsou cinco ex-dirigentes e encaminhou o relatório ao Ministério Público. A própria Confederação Brasileira de Futebol tem falado em Compliance, inclusive distribuindo cartilhas e orientações para as Federações estaduais aplicarem. Com aplicação efetiva de Compliance, a corrupção perde espaço e a entidade/empresa/clube ganha pessoas dispostas a investir num negócio sério e transparente. O esporte brasileiro já começa a apresentar bons modelos de administração. E lembrar, mais uma vez, que existe um mecanismo que é eficiente no combate a Corrupção e que ajuda a tornar a gestão mais competitiva no mercado: Compliance.

Investir em Compliance efetivo é mais do que uma necessidade legal, é um compromisso público do gestor com duas palavras indispensáveis na gestão de um negócio: transparência e ética. Um compromisso assumido não só com o presente, mas, principalmente, com o futuro das entidades.



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