26/07/2019 às 17h33min - Atualizada em 29/07/2019 às 08h22min

A corrida pelo 5G: o futuro do Brasil e da América Latina é agora

Em abril, no Uruguai, começou a operar a primeira rede 5G da América Latina. Nesta corrida planetária pela pole position do mercado – determinar que operadora de Telecom, de que país, começará a comercializar a rede 5G primeiro – a operadora Antel ganha espaço

DINO
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Em abril, no Uruguai, começou a operar a primeira rede 5G da América Latina. Nesta corrida planetária pela pole position do mercado - determinar que operadora de Telecom, de que país, começará a comercializar a rede 5G primeiro - a operadora Antel ganha espaço. Com isso, usuários do Uruguai conseguirão acesso a smartphones e Apps com velocidades entre 10 e 100 vezes maior do que o alcançado hoje com a rede 4G.

Com essa conquista, a Antel faz o Uruguai entrar para o time das poucas nações que já estão oferecendo redes 5G: Coreia do Sul (consórcio SK Telecom, LG UPlus e KT) e EUA (uma oferta Verizon lançada de forma reduzida em Chicago e em Minneapolis). Em todas as latitudes, operadoras de Telecom estão correndo para recuperar o espaço perdido para uma nova geração de empresas nativas digitais.

Os principais serviços das empresas de Telecom, como chamadas de voz, mensagens de texto e chamadas de vídeo, enfrentam a competição de empresas inovadoras e disruptivas como Facebook, Apple e Google.

Essas empresas já estão na era da monetização de dados.

Até 2023, estima-se que o mercado de monetização de dados atinja a marca de US$ 3,12 bilhões (dados do instituto de Pesquisa MarketandMarket).

Monetização de dados em ação é algo que pode ser visto, por exemplo, na Netflix. O diferencial competitivo da Netflix vem da base de dados comportamentais sobre seus usuários. Na monetização de dados aplicada à Netflix, os eventos rastreados são infinitos: quando o usuário dá pausa num filme, quando ele abandona de vez uma série, de que dispositivo digital ele acessa a Netflix, em que horário, etc. Desse mar de dados extrai-se, com a ajuda de Analytics, o dado refinado, que aumenta a rentabilidade da empresa.

Para que as empresas de Telecom também saltem para a era da monetização de dados, as operações da rede 5G serão fundamentais para o sucesso. Toda uma nova infraestrutura de rede e de suporte a essa rede - sistemas de energia, de refrigeração, de gerenciamento desse universo - tem de estar em ação.

O fator crítico é que o ponto de transmissão da rede 5G tem de estar próximo, fisicamente, do ponto de consumo de serviços de Telecom. Isso está obrigando as operadoras a equacionarem seus investimentos de modo a levar a rede para muito além das grandes cidades da América Latina.

Edge Computing ganha destaque com a disseminação da tecnologia 5G

Baseado em mini data centers que podem ser instalados no espaço de um armário (smart cabinet) e ampliados de forma modular e escalável, o Edge Computing atende às demandas técnicas da rede 5G. O mercado local já conta com uma oferta completa de soluções e serviços de Edge Computing. O grande diferencial desse modelo é que leva para as pontas da rede o que há de mais avançado em tecnologia de data centers.

Na América Latina, vejo dois países movendo-se com rapidez para levar o binômio redes 5G/Edge Computing a todo o território: o Brasil e o México.

A corrida pelo 5G irá definir quem será líder e quem desaparecerá do mercado nos próximos anos.

As operadoras de Telecom, em especial, têm de 5 a 8 anos para se reinventarem e se colocarem à frente do mercado, deixando para trás não só as OTT conhecidas como qualquer outro player digital que venha a surgir. Para que nossa região cresça e use o 5G/Edge Computing como uma oportunidade de novos negócios B2B e, por consequência, B2C, as operadoras têm de ousar.

Qualquer que seja o contexto, as operadoras seguirão à frente nesta jornada de transformação.

A vitória virá para quem pensar como Google, Netflix, Amazon e Facebook e concentrar esforços na inovação pura/monetização de dados. E equacionar a nova infraestrutura digital da rede 5G com ajuda de parceiros que conheçam em profundidade gestão de energia, o mundo de Telecom, as exigências de continuidade dos data centers e saibam aliar essas pontas para o bem da nossa região.

*Fernando Garcia é Vice-Presidente da Vertiv América Latina.


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