21/04/2023 às 11h40min - Atualizada em 22/04/2023 às 00h04min
Trajes típicos representam a identidade feminina na história do Rio Grande do Sul
Mulher gaúcha é exemplo de soberania feminina
SALA DA NOTÍCIA Graziele Pastore
Graziele Pastore Assessoria de Imprensa
Graziele Pastore Poucas culturas personificam o empoderamento feminino em sua história como a cultura gaúcha. E essas personagens femininas servem de inspiração para a criação dos trajes que as soberanas das festas típicas regionais espalhadas pelo Rio Grande do Sul desfilam durante os seus reinados. Segundo Caroline Ambrosi, Designer de Moda especialista na criação e confecção dessas roupas, um dos principais objetivos é provocar sensações: “Quando eu falo sensações, estou me referindo que os trajes devem causar um impacto visual, serem admirados, sim, por sua beleza, mas principalmente devem fazer com que as pessoas possam sentir aconchego, lembrar dos antepassados, ou até mesmo trazer admiração, tornando-se objeto de desejo”. A Imperatriz da 17ª Fenavinho, Laís Dupont, que desfilou um traje idealizado por Caroline Ambrosi durante o seu reinado, exalta como foi compartilhar essa soberania, esse empoderamento com suas Damas de Honra Raiane Conci e Letícia Beliski: “É lindo ver como muitas mulheres se inspiram em nós meninas da Corte. Meu coração foi preenchido de amor durante esse um ano como Imperatriz, ver os olhares femininos de admiração voltados na gente fez com que eu seguisse meu papel com muito empenho”. O processo de idealização dessas roupas começa por uma pesquisa sobre aspectos do município a ser representado: etnia de origem, cultura, produtos que geram renda na área da agroindústria, histórias do hino e do brasão e o lema da festa naquela edição. Depois, Caroline busca os tecidos e aviamentos que comporão o traje, a fim de que nenhum seja igual a outro já confeccionado. A Designer explica que o jeito de vestir comunica o estilo individual e pode apresentar a pessoa aos outros antes mesmo de se conversar com ela. O que acontece também em relação a povos e culturas inteiras. Cada região mostra, por meio das roupas típicas, seus princípios, crenças e valores. E são esses aspectos que ela deseja ressaltar em suas criações para as mulheres que representam a soberania feminina herdada das antepassadas nas festas típicas regionais: “Quero, com minhas criações, fazer com que a mulher se sinta empoderada, destaque sua beleza, mas também traga informações culturais. Cada detalhe é ricamente adornado, formando um trabalho artesanal, exclusivo, único. Exatamente porque cada Soberana é única, tem suas próprias características, que são ressaltadas por suas vestimentas. Criar significa ter muita criatividade, ter originalidade e inspiração constante”. Para quem é fã de cinema e das personagens femininas dos desenhos da Disney, e não conhece a história local, as soberanas são a prova de que essas mulheres existem de verdade, não apenas na imaginação das telas ou em forma de bonecas ou fantasias, sentem que essa representatividade se concretiza na vida real. Laís sente que inspirou e inspira cada mulher que se aproxima dela desde que foi eleita Imperatriz, e exalta a importância dessa representatividade: “Acho muito especial nós mulheres nos apoiarmos, nos incentivarmos e nos elogiarmos. Juntas, sempre seremos mais fortes. O título de Imperatriz me fez perceber que eu era inspiração para muitas mulheres e meninas, e isso fez com que eu me dedicasse muito, pois ser exemplo é algo de muita responsabilidade”. O reinado da Corte da 17ª Fenavinho se encerrou no dia 1º de abril, quando houve a eleição do novo trio de Soberanas, que também desfilará criações de Caroline Ambrosi, assim como as candidatas na noite da escolha. Por onde quer que passe, a mulher gaúcha deixa a sua marca. Carrega em sua essência feminina os princípios, crenças e valores que as imigrantes trouxeram de seus países de origem. E tem orgulho de mostrar a sua cultura, as suas tradições, a sua identidade, dentre outras formas, por meio desses trajes, uma releitura do que suas antepassadas usavam. Enfim, quando se pensa em história gaúcha, destaca-se a presença de mulheres fortes, guerreiras, empoderadas, desde as suas raízes até os dias atuais.