20/04/2023 às 15h28min - Atualizada em 21/04/2023 às 00h01min
Cia. Mungunzá e Artemísia Trupe são atrações para todos os públicos nos finais de semana no Sesc Santo André
Mesclando teatro e circo, os espetáculos anonimATO e Somos Todos Frida Kahlo serão apresentados dia 21/4, sexta-feira, e 29/4, sábado, respectivamente
SALA DA NOTÍCIA MAURICIO ANTUNES BARREIRA
Pedro Garcia de Moura As tardes de abril do Sesc Santo André têm atrações para entreter todos os públicos. Na sexta-feira, 21/4, às 16h, a Cia. Mungunzá chega com anonimATO, concebido como espetáculo de rua, e que estreou inicialmente no Parque da Luz. Com grandes instalações, bonecos, perna de pau, figurino inflável, música e movimentação, a montagem é uma mescla de linguagens. No sábado, 29 de abril, às 16h, é a vez da Artemísia Trupe com Somos Todas Frida Kahlo, um cabaret circense feminino inspirado livremente na vida e na obra da pintora mexicana. anonimATO
com Cia. Mungunzá O encontro inédito da Cia. Mungunzá de Teatro com o diretor Rogério Tarifa corresponde à abundância de visões artísticas que conhecem in loco as nervuras dos centros urbanos e as gentes que lá habitam. A crítica social é uma constante em ambas as trajetórias na capital, como mostram na referência a pessoas anônimas que, ao cabo, constituem a alma de uma cidade. Vozes imaginadas à maneira de uma egrégora - como se diz da força espiritual gerada a partir da soma de energias coletivas - são incorporadas à cultura do teatro celebrado ao ar livre. Pois a ideia inicial de pesquisar o cotidiano dos sem nome, sem rosto, foi se transformando até a equipe focar no ato e na manifestação em sentidos ampliados. Oito personagens vindos de vários quadrantes são convocados para uma jornada sobre a qual pouco se sabe, mas se intui: o estado de presença em todos os planos da vida. A mãe, a mulher-árvore, a vendedora de sonhos, o homem-placa, o pipoqueiro, o trabalhador, o homem que é "todo mundo" e a mulher que é "ninguém" representam a multidão determinada a caminhar junta. Ao sabor das estações e rituais, espectadores seguem o cortejo de cerca de 100 metros em linha reta. As ações, ora corais, ora solos, ganham tom fabular à medida que o ato se teatraliza, feito morte e vida severina. Passados mais de dois anos de pandemia, o teatro de rua permitiu falar a propósito da retomada da arte de representar ou de performar como lugar de encontro. Suas metáforas ganham relevo por meio de poéticas da instalação visual, de bonecos, perna de pau, figurino inflável e dança, está uma saudação ao butô japonês. Todavia, palavra e canto são unha e carne. Quase todos os textos foram musicados e uma banda de instrumentistas transita tanto quanto atrizes e atores. Coube à atriz Verônica Gentilin consolidar a dramaturgia a partir das proposições do elenco e direção. Ela concebeu personagens utópicos para uma narrativa sem compromissos com a realidade. "De seres anônimos e invisíveis eles têm suas histórias contadas como alegorias. São diferentes, mas formam um coletivo." Sobre a Cia. Mungunzá de Teatro: A Cia iniciou atividades em 2008, a bordo de pesquisa em parceria com o diretor Nelson Baskerville sobre o teatro épico de Bertolt Brecht. Uma das realizações foi "Luis Antonio-Gabriela" (2011). Em 2017, inaugurou o Teatro de Contêiner Mungunzá em um antigo terreno abandonado no bairro da Luz, centro da capital. Rogério Tarifa é formado pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP). Integra a Cia. São Jorge de Variedades e colabora com núcleos artísticos como Teatro União e Olho Vivo, Cia. do Tijolo e Grupo Teatro do Osso. Ficha técnica: Direção: Rogério Tarifa. Argumento: Pedro das Oliveiras. Dramaturgia: Verônica Gentilin. Textos (base para dramaturgia): Elenco, Rogério Tarifa e Verônica Gentilin. Elenco: Fabia Mirassos, Léo Akio, Lucas Bêda, Marcos Felipe, Paloma Dantas, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Virginia Iglesias. Direção Musical e Trilha sonora original: Carlos Zimbher. Direção vocal interpretativa e Composição musical do coro: Lucia Gayotto, Natália Nery. Corpo de trabalho (butô): Marilda Alface. Colaboração cênica: Luiz André Cherubini. Banda: Daniel Doc - guitarra, Flávio Rubens - clarinete, sax e rabeca, Nath Calan - bateria, João Sampaio - sub. guitarra, Luana Oliveira - sub. Bateria. Pré-produção musical: Daniel Doc. Figurinos: Juliana Bertolini. Assistente de figurino: Vi Silva. Construção figurino inflável: Juan Cusicanki. Cenografia: Fábio Lima, Lucas Bêda, Luiz André Cherubini, Zé Valdir. Adereços e bonecos: Zé Valdir. Poesia gráfica (placas, carrinhos e bandeiras): Átila Fragozo – Paulestinos. Treinamento de perna de pau: Fábio Siqueira. Contrarregras: Fábio Lima, Mariana Beda, Tony Francesco. Produção executiva: Cia. Mungunzá, Gustavo Sanna - Complementar Produções. Produção geral: Cia. Mungunzá de Teatro. Dia 21/4, sexta, 16h
Duração: 90 minutos Classificação etária: Livre. Grátis – sem retirada de ingressos. Livre – Autoclassificação Espaço de Eventos ___________________________________________________ Somos Todas Frida Kahlo
com Artemísia Trupe Cabaret circense feminino inspirado livremente na vida e na obra de Frida Kahlo, a montagem traça um paralelo da vida e obra da artista mexicana. Cinco artistas passam por diferentes fases da vida dessa emblemática mulher através do teatro, do circo, da música e da bufonaria. Números de dança, acrobacias de solo, tecido aéreo, trapézio e grupo aéreo integram o espetáculo. A encenação é conduzida por uma bufona chamada Juliete, uma artista de circo que faz magias, truques e traz para a cena as várias faces de Frida: a Frida não binária, a Frida bissexual, a Frida que se orgulhava de sua latinidade - representante de uma cultura, a Frida retalhada por diversas cirurgias, todas representadas pelas atrizes. Por meio de uma pesquisa sobre sua obra visual da artista, são recriados no palco quadros representativos da pintora. A ideia de abordar o universo de Frida utilizando a linguagem circense partiu de Michelli Rebulho, diretora e integrante do elenco. “Frida representa a liberdade. Uma mulher revolucionária, subjetiva, ideológica. Uma artista que ultrapassou sua obra se tornando a própria obra de arte. Um símbolo de luta, do feminismo. Como não falar de Frida Kahlo? Somos um elenco majoritariamente feminino com todas as nuances e complexidades do ser feminino. Mulheres pensantes, mulheres que buscam seu espaço na sociedade patriarcal, que se apoiam e se encorajam, que dialogam sobre o fazer artístico e compartilham sua biografia, assim como Frida, em busca de uma liberdade artística e social”, explica ela. Sobre a Artemísia Trupe: A Artemísia Trupe surgiu do encontro de quatro mulheres, artistas circenses com muitos anos de experiência, com o objetivo de pesquisar a linguagem circense e a dança, resultando em um espetáculo com a junção da dança - circo e a música. Ficha Técnica: Direção - Michelli Rebulho. Elenco - Michelli Rebulho, Alessandra Fleury, Elena Cerântola, Dani Barros Brasil. Músico convidado: Luan Frenk. Produção Artemísia Trupe. Direção e Pesquisa - Michelli Rebulho. Figurinos - Michelli Rebulho. Produção- Artemísia Trupe. Dia 29/4, sábado, 16h
Duração: 50 minutos Classificação etária: Livre. Grátis – sem retirada de ingressos. Livre – Autoclassificação Espaço de Eventos Serviço: SESC Santo André – Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André. Tel. 4469-1200. www.sesc.org.br. Estacionamento R$ 5,00 a primeira hora e R$ 1,50 por hora adicional [Credencial Plena] mediante apresentação de Credencial Plena. R$10,00 a primeira hora e R$ 2,50 por hora adicional [outros].