17/04/2023 às 18h42min - Atualizada em 18/04/2023 às 00h04min
Síndrome metabólica pode ser uma das causas de impotência
Manifestações começam na idade adulta ou meia-idade e aumentam com envelhecimento. Maior incidência acontece entre homens na faixa dos 50 anos.
SALA DA NOTÍCIA Da redação
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Bruno Benigno A síndrome metabólica pode ser descrita como um conjunto de fatores de risco que se manifestam num indivíduo e aumentam suas chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. Esse conjunto de condições médicas incluem obesidade, pressão alta e níveis elevados de açúcar no sangue e colesterol. Essas condições podem afetar a saúde urológica do homem e aumentar o risco de disfunção erétil, diminuir a produção de testosterona e acelerar o crescimento da próstata. Dr. Bruno Benigno, um dos chefes de Urologia e Oncologia do Hospital Oswaldo Cruz e fundador da Clínica Uro Onco, explica como vários fatores estão relacionados à síndrome no homem. “A má qualidade do sono desestrutura todo eixo metabólico do paciente, o que significa que, como ele não dorme bem, o cortisol (hormônio da inflamação) sobe. Esse cortisol alto faz com que que ele fique com os níveis de açúcar desregulados no sangue. Ou seja, ele tem maior propensão de desenvolver um pré-diabetes e diabetes. E como ele está cansado cronicamente, acaba ingerindo mais carboidratos (açúcar) para conseguir sanar essa falta de energia. Isso piora ainda mais a situação dele, pois o cortisol alto somado ao excesso de consumo de açúcar, tende a piorar a saúde urológica. Benigno explica que a primeira conexão acontece porque o desenvolvimento do diabetes ajuda a provocar um entupimento precoce das artérias de todo o corpo e, em particular, do pênis. Logo, aumenta também o risco desse homem ter disfunção erétil. A segunda conexão acontece quando os níveis crônicos de stress - em particular os níveis de cortisol e sono de má qualidade – fazem com que o cérebro estimule menos o testículo a produzir testosterona. Logo, esse homem pode ter uma queda de testosterona com a queda de libido. De acordo com o urologista, ainda há uma terceira ligação muito importante entre a síndrome e a saúde urológica. “Com a síndrome, o eixo metabólico fica totalmente descontrolado e alguns hormônios são produzidos em ritmos diferentes, como a insulina, o que acelera também o crescimento da próstata. A insulina pode funcionar como um estimulador do crescimento acelerado da próstata”, diz. O médico ainda alerta que a obesidade também é um fator importante na síndrome metabólica e pode afetar a função sexual. A Organização Mundial da Saúde estima que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões em todo o mundo estarão acima do peso, sendo 700 milhões de obesos. O diagnóstico leva em conta as características clínicas (presença dos fatores de risco) e dados laboratoriais. Basta a associação de três fatores para diagnosticar a síndrome metabólica. Quase todos os componentes da síndrome são inimigos ocultos porque não provocam sintomas, mas representam fatores de risco para doenças cardiovasculares graves. Por isso, é importante controlar e tratar as condições que compõem a síndrome metabólica, a fim de prevenir o desenvolvimento de doenças urológicas. Isso pode ser feito através da adoção de hábitos saudáveis, como exercitar-se regularmente, ter uma alimentação saudável e manter um peso adequado para sua altura e idade. Dr. Bruno Benigno Desde 2017 é um dos chefes de Urologia e Oncologia do do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), é fundador da Clínica Uro Onco em São Paulo, é especialista no tratamento do câncer do sistema urinário (masculino e feminino) e sistema reprodutor masculino, no tratamento do câncer de próstata, rim, bexiga, testículos e cálculos do sistema urinário. Tem subespecialização em Cirurgia Robótica, Laparoscopia e Terapia Focal (HIFU). Youtube | Videocast Doutor Bruno Benigno Instagram | @dr_benigno Facebook | Bruno Benigno Blog | Uro Onco