11/04/2023 às 19h29min - Atualizada em 12/04/2023 às 00h04min

“Jerusalém de Nós”, de Leo Lama, está em cartaz no Teatro B 32 até 30 de abril

Texto e direção de Leo Lama - Com Victória Camargo e Elis Braz

SALA DA NOTÍCIA redação/Ofíciodasletras
leo Lama

A peça “Jerusalém de Nós”, que entrou em cartaz no Teatro B 32 no dia 08 de abril, surge da leitura do dramaturgo e diretor Leo Lama de um artigo publicado no jornal francês “Le Monde”,escrito pela professora israelense, Nurit Peled Elhanan, que perdeu sua filha de 13 anos em um atentado do Hamas. No artigo, Nurit defende os palestinos e critica a política do Estado de Israel. Tal atitude comoveu o autor que partiu desse ponto para criar essa obra ficcional.

Tendo como pano de fundo o conflito de lados opostos no Estado de Israel, a peça “Jerusalém de Nós” conta a história de Nurit, uma professora universitária israelense, de cinquenta e poucos anos, que invade uma repartição pública à procura de sua filha desaparecida, logo após a explosão de uma bomba em um atentado. Assim ela imagina. Mas tudo leva a crer que está confusa quanto à veracidade dos fatos. 

Seguindo um estilo de experimento em cena praticado por Lama, o cenário se constitui de apenas uma cadeira. Não há trilha sonora, nem iluminação. Tudo é baseado no trabalho interior das atrizes, em uma proposta filosófica do diretor, por ele chamada de “Atuante em Repouso”, em que as atrizes ficam paradas, sem nenhum gesto, a peça toda, produzindo a dramaturgia interna através da palavra imagética.

Fosse um sonho, mas não é, fosse um delírio, mas não é, fosse realidade, mas não é. E a matéria da representação é justamente o estado de não ser, de não espaço, de incerteza, de mistura. Uma metáfora sobre a condição de vida de um refugiado. A peça se revela uma jornada em busca do lugar de escuta e do reconhecimento.
“Jerusalém de Nós” teve, segundo Léo Lama, nesses tempos de intolerância com as diferenças e de perda da singularidade essencial, a intenção de provocar diálogos que considera fundamentais nos dias de hoje e de resgatar o que é o “espiritual”.

 
“Qual a identidade, o projeto cultural e político de uma sociedade que não para de sofrer ataques? Chacinas, barbárie virtual, bipolaridade social. Terrorismo físico e digital. Desespero. Mudanças rápidas e vertiginosas que desnorteiam quem não esperava um mundo assim. Jovens que não encontram mais laços afetivos nem razão para viver. Uma reação contra a modernidade avassaladora que destrói os vínculos que durante anos deram coesão às sociedades. A violência como resposta. O ódio como forma de expressão. A diabólica corrupção que invade todos os meios que deveriam ser vias para melhorar as condições de vida separa o ser humano de sua essência e o coloca em uma estúpida busca pelo poder”, indaga Lama.
“O Brasil, simbolicamente, é também essa “Jerusalém de Nós”, dentro e além, cheia de nós que precisamos desatar, e que também vive o terror político e separatista de forma análoga, a seu modo”, conclui. 


JERUSALÉM DE NÓS – FICHA TÉCNICA

Texto e direção de Leo Lama
Fotos de cena Leo Lama
Com Victória Camargo e Elis Braz
Assistente de direção Amanda Mantovani

SERVIÇO:

Estreia dia 8 de abril no Teatro B32,
Avenida Faria Lima, 3732. – Itaim Bibi

Temporada inicial 8 e 9/15 e 16/22 e 23/29 e 30 de abril. 
Sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Duração – 70 minutos
Ingressos: Inteira R$ 50 reais e meia R$25,00 
Indicação de faixa etária – 16 anos

Estacionamento no local
Rua Lício Nogueira, 92
Valor – R$ 30,00 (por 12h)
Bilheteria
Segunda a sexta das 14h às 18h
Dias de espetáculo- 1h antes do início da sessão
Tels. 11 30589149 e 11 93327 6549
 
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