18/07/2022 às 16h18min - Atualizada em 01/08/2022 às 11h33min

Copa do Mundo deve mobilizar 220 bilhões de dólares, maior número na história

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Realizada neste ano no Catar, a copa do mundo deve mobilizar um volume de investimentos em torno de 220 bilhões de dólares, conforme levantamento do país. O número representa um valor 19 vezes maior que os US$ 11,6 bilhões investidos no Brasil em 2014, por exemplo.

A copa da Rússia, realizada em 2018, era até então o torneio futebolístico que mais caro da história, tendo movimentado cerca de US$ 14 bilhões. O valor investido na competição supera o Produto Interno Bruto (PIB) do Catar, de US$ 146 bilhões cotado em 2020. 

“O impacto econômico acontece muito antes do evento acontecer. Para mobilizar um evento tão grandioso assim, é preciso um amplo em infraestrutura no país, hotelaria e outros mercados. O grande impacto vai para a população, pois gera uma onda de emprego no país, melhorando a renda por pessoa”, comenta Richard Clayton, empresário e especialista em gestão de negócios e planejamento tributário.

Para o empresário, no período da copa o turismo no país aumenta de forma significativa, impactando todos os setores do país. São esperados ao menos 1 milhão de turistas durante o evento. “O volume alto de turistas que se concentram dentro do país neste período de 30 dias de competição também gera uma demanda muito alta de empregos temporários”, diz.

Economia global

O Brasil, que está a quase 12 mil quilômetros de distância, ou 12 horas de voo direto do Catar, já vê as empresas de turismo e aviação que operam por aqui também esperando “entrar” em campo e lucrar em cima da paixão do brasileiro pelo futebol. “Estimamos vender até US$ 30 milhões”, afirma Paulo Castello Branco, presidente do Grupo Águia, que comercializa ingressos de hospitalidade e pacotes turísticos para o mundial da Fifa.

Outras empresas como Qatar Airways e Emirates programaram aumento do número de voos de países rumo ao Qatar e Dubai em 2022. O esperado é que o faturamento entre as linhas seja o maior da história.

Outro segmento que já lucra em clima de Copa do Mundo é o das gigantes de vestuário esportivo, como Adidas, Nike, Puma e Under Armour. As marcas fazem parte de um mercado que, globalmente, movimenta US$ 300 bilhões por ano, segundo estudo da consultoria Sports Value. 

“Como estamos falando de um evento global, o impacto economia acontece de forma global, mesmo sendo em uma escala muito menor como no país que está sediando o evento”, comenta Richard.

Quanto maior a cultura futebolística do país, maior será a movimentação econômica, mesmo que não seja o país sede. 

“Pegando o Brasil como exemplo, historicamente as datas que a seleção joga se torna um “feriado fora do calendário” e as pessoas se reúnem para assistir aos jogos. Isso movimenta a economia, seja no comércio, nas compras de bebidas e comidas, seja no próprio comércio esportivo ou outros”, finaliza Richard.

Com uma duração de longo prazo, a copa contará com 64 jogos entre 32 seleções nacionais e atraem os olhos de mais de 3 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial. A ideia do país é, além de movimentar o turismo, construir uma boa imagem. 


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