A Rússia enfrenta novas acusações de acobertar casos de doping. Uma reportagem do jornal britânico “The Sunday Times” mostra como dirigentes do país ajudaram a forjar provas para impedir que Danil Lysenko, campeão mundial no salto em altura, fosse punido por doping. Em resposta, a federação russa de atletismo disse que está cooperando com a investigação.
As acusações são um baque nos esforços do país para recuperar suas credenciais no esporte mundial após o escândalo de doping em 2015. Lysenko havia sido um dos sete russos aprovados pela Iaaf para competir no Mundial de Birmingham, onde foi campeão no ano passado, e outros torneios porque conseguiu provar que não usava substância ilícitas.
No fim do ano, no entanto, ele falhou ao dar seu paradeiro correto a autoridades antidoping para que fosse examinado fora de competição. Ele não foi encontrado três vezes em um ano, o que configura a infração. Segundo o “The Sunday Times”, dirigentes russos forjaram documentos para defender o atleta, que estaria “muito doente” e, por isso, não teria conseguido comprovar seu paradeiro.
"No caso de Lysenko, a federação está dando total assistência à Unidade de Integridade do Atletismo e estamos em contato e cooperação", afirmou o presidente Dmitry Shlyakhtin, afirmando que a entidade tem interesse que a investigação seja objetiva. Ele, porém, não respondeu se a entidade já havia punido algum de seus membros por conta do caso.
No último ano, o Comitê Olímpico Internacional baniu a Rússia das Olimpíadas de Inverno em Pyeongchang, na Coréia do Sul, mas alguns atletas que não tinham histórico de doping foram liberados de participar sem representar a bandeira do país. Este ano, a IAAF decidiu manter a exclusão da Rússia das competições internacionais até que duas medidas remanescentes sejam tomadas - a apresentação do banco de dados do laboratório de Moscou e o pagamento de despesas dos processos envolvidos no caso.