Conhecida por ter boas praias e uma violência ímpar nos verões, São Francisco de Itabapoana também tem ganhado destaque pela falta de infraestrutura. No final de semana passado, a cidade ganhou notoriedade após funcionários do Hospital Manoel Carola agredirem uma gestante que estava acompanhada do marido. Segundo a prefeitura, o diretor da unidade de saúde foi trocado, os funcionários envolvidos afastados das funões e o caso foi parar na polícia.
O triste episódio trouxe à tona um problema enfrentado por diversas gestantes na cidade: a falta de uma maternidade. Grávida de meses, a moradora de São Francisco Suellen Peixoto teme ter problemas no período de dar à luz. É que a cidade, com cerca de 42 mil habitantes, de acordo com o IBGE, não tem sequer uma maternidade. "As gestantes daqui são levadas para Campos para ganharem neném. A dor das contrações não são as únicas que sentimos. Também temos a dor da preocupação do que vai acontecer com a gente", diz Suellen.
A preocupação de Suellen é plausível que para dar à luz não basta só ser trazida para Campos, mas as gestantes são obrigadas a enfrentarem um longo processo burocrático, como, por exemplo, o setor de regulação. "Ao sentir a contração, a mulher geralmente é levada para o único hospital de baixa complexidade da cidade e lá ela fica a mercê de vagas em Campos. Geralmente é um longo processo porque elas são obrigadas a passar pelo setor de regulagem", disse um médico que pediu para não ser identificado.
O processo de regulação, aliás, foi o que desencadeou a confusão generalizada no Manoel Carola na semana passada. O Jornal Aurora entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura da cidade, que não respondeu nossos questionamentos.