20/01/2020 às 14h40min - Atualizada em 20/01/2020 às 14h40min

Witzel diz acreditar que crise da água na Cedae foi 'sabotagem'

Segundo Witzel, a intenção seria "manchar" a imagem da companhia para o leilão de concessão.

G1
Reprodução
O governador Wilson Witzel disse nesta segunda-feira (20) acreditar que a crise da água distribuída pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio, a Cedae, foi uma "sabotagem". Segundo ele, a intenção seria "manchar" a imagem da companhia para o leilão de concessão. Desde a semana passada, a Polícia Civil investiga o caso.

Witzel não deu detalhes de como teria ocorrido esta suposta sabotagem no processo de tratamento da água. Desde o início do ano, consumidores da capital e de outros seis municípios do Grande Rio têm se queixado do cheiro, do gosto e da coloração barrenta da água. A Cedae diz que não há risco à saúde.

“Houve, de fato, uma imperícia. Agora vamos apurar se foi dolosa ou culposa. Se quem deveria tomar conta para evitar que o que está acontecendo agora, no verão e nas férias, acontecesse foi simplesmente um fato culposo. Ou seja, incompetência. Eu, particularmente, não acredito. Eu acredito que o que está sendo apurado é uma sabotagem por conta do leilão. Há muitos interesses envolvidos”, disse Witzel, durante a inauguração do programa Segurança Presente.

Privatização da Cedae

A privatização da Cedae foi uma das exigências para que o Rio de Janeiro, em uma das mais graves crises financeiras de sua história, aderisse ao Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governo federal em 2017.

Desde aquele ano, ficou sob responsabilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fazer a modelagem para a venda da companhia. O BNDES concluiu em dezembro a estudo.

No modelo proposto, a Cedae continuaria com uma fatia estatal, responsável pela produção e tratamento da água. A distribuição de água seria dividida em quatro zoneamentos de áreas distintos, sendo cada um concedido a uma empresa ou consórcio diferente.

O Governo do Estado tem que concluir a venda da Cedae ainda no primeiro semestre deste ano. Do contrário, a companhia passará automaticamente para as mãos da União, segundo o acordo.

Crise da água

Desde o início do ano, a água distribuída pela Cedae tem chegado aos consumidores com coloração turva, mau cheiro e gosto de terra.

A Cedae alegou que a alteração na água foi provocada pela proliferação de uma enzima chamada geosmina, que é produzida por algas. A companhia afirmou que a substância não colocaria em risco a saúde da população. Muitos moradores dizem que passaram mal, mas não houve confirmação da relação com a água.

O caso mobilizou o Ministério Público e a Polícia Civil, que decidiram fiscalizar a estação de tratamento do Guandu, de onde parte a água fornecida pela Cedae. Funcionários da companhia já prestaram depoimento.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jornalaurora.com.br/.
Jornal Aurora Publicidade 1200x90