As 19 pontes de concreto que foram amplamente anunciadas pela Prefeitura de Campos para localidades da zona rural da cidade não tem previsão de serem construídas. Apesar de ter havido até a assinatura da ordem de serviço, o Manchete RJ apurou que nem uma pedra foi colocada nas obras, que simplesmente não aconteceram após o contrato com as empresas vencedoras da licitação serem encerrados em agosto.
Na Região Serrana, em Imbé, mais uma vez os moradores estão ilhados. Na localidade de Mocotó, quem mora do outro lado do rio não consegue chegar até a casa usando veículos. As pessoas atravessam a pé quando o nível da água está baixo. Caso contrário, ficam ilhados e clamam por socorro.
O secretário de Agricultura, Almy Junior, explicou que as obras vão precisar ser licitadas novamente. Ele justificou que diante de diversas demandas judiciais, os contratos com as empresas vencedoras da licitação acabaram ficando inviáveis.
"Ainda tivemos que retornar várias fases, diante de todo o problema. Houve a orientação juridica e da Secretaria de Controle que nós não tínhamos condições de garantias orçamentárias para um contrato que foi assinado a partir de maio. Nós vamos ter que relicitar pro futuro. Enquanto isso, nós estamos fazendo, como sempre foi feito, durante décadas, que são as pontes de madeira. Uma notícia que eu não gostaria de dar", disse o secretário.
Promessa que não saiu do papel Em maio de 2024, a realidade de muitos moradores da zona rural de Campos parecia estar próxima de mudar. No dia 22 do referido mês, a Prefeitura anunciou a assinatura da ordem de serviço para construção de 19 pontes de concreto nas regiões da Baixada, Norte, Nordeste e Serrana. No entanto, 6 meses após o anúncio, a realidade continua a mesma, principalmente para quem sofre com as enchentes.
Em entrevista concedida à própria Prefeitura, Almy afirmou no dia 22 de maio deste ano que as obras das pontes de concreto iriam iniciar no dia seguinte. O que não aconteceu.
A região mais afetada, de longe, é a Serrana. E isso não é segredo para ninguém. Basta chover que as localidades atingidas passam a virar manchetes nos principais veículos de comunicação. No último fim de semana, não for diferente. Com o grande volume de chuva, o rio subiu e dezenas de moradores ficaram ilhados na localidade de Mocotó, que vive de promessas há anos.
Segundo o jornal Manchete Rj, atualmente, as únicas pontes de concreto que existem nha região foram feitas pelo Governo do Estado. As obras, orçadas em R$ 2 milhões, foram realizadas em fevereiro do ano passado, sobre o Rio Mocotó, no Imbé.
Fora isso, as pontes existentes na região são todas com estrutura de madeira. Uma, inclusive, foi feita com recursos dos próprios moradores, que cansaram de esperar um retorno da Prefeitura e fizeram uma vaquinha para comprar os materiais. Ainda há quem diga que esta ficou melhor do que a que o poder público havia "reparado".
O investimento das obras, de acordo com o anunciado pela Prefeitura, seria de R$ 41.012.246,89, sendo R$ 14.575.816,32 no lote 1 (Baixada); R$ 11.842.566,91 no lote 2 (Norte/Nordeste); e R$ 14.593.863,66 no lote 3 (Serrana). O projeto, que visava apoiar os produtores rurais, o agroturismo e a integração do município, ainda não gerou impacto direto em nenhum desses ramos. Mas enquanto nada é solucionado, a realidade transmitida é de quem sofre com a falta de solução.
Um morador da região serrana de Campos, por exemplo, chamou atenção ao fazer um forte desabafo nas redes sociais neste fim de semana e ainda alertou sobre a possibilidade de uma tragédia.
''Entra governo, sai governo municipal e parece que para eles essa parte da região serrana de Campos não existe. A Prefeitura (prefeito e secretários) e vereadores só lembram dessa região na época de eleição, quando vêm para fazer promessas que nunca serão realizadas. Quero ver quando acontecer algum acidente grave ou fatal com algum morador por falta de assistência, em quem eles vão colocar a culpa", desabafou o morador Enos Gama, após as fortes chuvas no fim de semana.
Fonte: Manchete RJ