Na última sexta-feira (23), foram identificadas trincas no casco do navio FPSO Rio de Janeiro, que provocou o aumento do volume de água nos tanques e vazamento de aproximadamente 1,2 metro cúbico de óleo residual. Cerca de 107 trabalhadores foram retirados da embarcação, que está adernando na Bacia de Campos e corre risco de afundamento.
Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), a empresa afirma que a embarcação encontra-se em “equilíbrio estático” e que uma equipe especializada será mobilizada para fazer a desancoragem e rebocá-la para o estaleiro.
A Petrobras informou que um sobrevoo foi realizado na área após o evento e não identificou mancha de óleo na superfície do mar.
Após novas avaliações nesta segunda-feira (26), foi identificado aumento na extensão das trincas. A Petrobras comunicou a ocorrência às autoridades e vem apoiando a Modec nas ações de contingência.
O FPSO Rio de Janeiro é um navio contratado pela Petrobrás e operado pela Modec do Brasil. A embarcação está com a produção interrompida desde julho de 2018 para processo de descomissionamento (desativação da unidade).
Histórico
Em Janeiro deste ano houve vazamento de óleo de um dos tanques deste mesmo navio. À época, apesar da solicitação do Sindipetro-NF, a Petrobrás descumpriu o Acordo Coletivo de Trabalho e não permitiu a participação do sindicato na comissão de investigação de acidente.
“Fico imaginando o que eles tem para esconder a bordo, além do fato do acidente”, afirmou, à época, o dirigente sindical indicado para aquela comissão, Cláudio Nunes.
Para o sindicato, o tempo veio comprovar que, apesar das tentativas de omitir e ocultar as falhas a bordo, uma hora a verdade vem a tona.