06/06/2023 às 16h18min - Atualizada em 07/06/2023 às 00h04min

Alunos do Amapá vencem prêmios no exterior com curta-metragem sobre discriminação racial

Projeto, que nasceu a partir do Concurso de Educação Étnico-Racial nas Escolas da Inspira Rede de Educadores, foi apresentado em festivais do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Itália

SALA DA NOTÍCIA Priscila Nishimori
Divulgação
Estudantes do 3ª série do Ensino Médio do Colégio Physics, localizado em Macapá (AP), foram premiados em festivais nos Estados Unidos e Canadá com o curta-metragem “Identidade que nos falta”, que aborda a discriminação racial presente na sociedade brasileira, fazendo um paralelo entre situações cotidianas e casos reais noticiados pela imprensa nacional. Além dos países da América do Norte, o projeto também foi apresentado em festivais no Reino Unido e na Itália.

A produção teve como origem o Concurso de Educação Étnico-Racial nas Escolas, promovido pela Inspira Rede de Educadores, que possui mais de cem escolas em todo o território nacional. Nele, os alunos eram estimulados a produzirem de forma livre trabalhos educacionais que tratassem do tema, mediante a leitura de um livro que abordasse o assunto. Os vencedores da competição escolheram a obra “Quando me Descobri Negra” de Bianca Santana, que conta a história de três garotas pretas lembrando de momentos em que sofreram racismo.

Segundo a Diretora da unidade Physics Macapá, Claúdia McLain, a proposta do concurso agregou mais valor ao trabalho de desenvolvimento dos alunos que conta com palestrantes de diversos setores e com temas variados, sendo um deles sobre preconceito étnico-racial. “Como os estudantes eram livres para escolher como expressar a temática, houve descoberta e autoconhecimento. Eles vivenciaram a temática de alguma forma em sua realidade e trouxeram com isso debates sobre o respeito, aceitação e solidariedade”, reforça a educadora.

Do Macapá para o Mundo

A releitura dos estudantes apresentada em vídeo levou eles a conquistarem o seu primeiro reconhecimento internacional no Arthouse Short Festival, nos Estados Unidos da América, na categoria “melhor filme de direitos humanos”. Posteriormente, venceram o 27° Zoom International Student, no Canadá, na categoria de cineasta sênior promissor.

Após as conquistas, o curta-metragem também foi selecionado pelo Festival Lift-Off Sessions, First-Time Filmmaker Sessions, ambos no Reino Unido, e pelo Festival Duemila 30 Milano, na Itália.

Para o estudante Ygor Cardoso Alves, de 18 anos, e representante da equipe nos festivais, o Brasil é um lugar muitirracial e multicultural, onde é muito difícil não enxergar a diversidade da miscigenação, além de ser impossível negar o apagamento de certas pessoas e a identidade dos que vieram antes e dos que vivem hoje. Por esse motivo, essa foi uma das questões centrais no curta-metragem.

“A questão étnica-racial é um tema muito presente nos dias atuais. Infelizmente, o curta-metragem não deixará de ser atual depois de seu lançamento, pois sua mensagem serve como denúncia para casos recentes, sejam em ambientes escolares ou em outras áreas da sociedade, mas acima de tudo devemos ser exemplos para sempre lutar contra o preconceito e todas as formas de descriminação racial”, reforça o jovem, que atuou como diretor.


Ficha técnica

Curta-metragem: Injustiça dentro de nós
Baseado em: “Quando me Descobri Negra” por Bianca Santana
Diretor: Ygor Cardoso Alves
Co-Diretora: Theresa Frinhani
Elenco Principal: Ana Carla de Oliveira Ferreira (Protagonista)
Anne Gabriela de Almeida Costa (Protagonista)
Naíssa Geovana Lopes Muniz (Protagonista)
Tuane Rodrigues Valcácio dos Santos (Coadjuvante)

 
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