A cidade de Iporanga, no Vale do Ribeira, é conhecida por receber turistas e pesquisadores devido à variedade e beleza de cavernas e grutas da região. Mas a agricultora Ana Gabriela Rodrigues viu outro potencial para sua fazenda: atrair visitantes interessados em conhecer de perto a produção de palmitos, a gastronomia regional e a propriedade rodeada por áreas preservadas da Mata Atlântica.
“Tem 20 anos que eu planto palmito em uma região turística, que é Iporanga. E há 20 anos eu falo que ali tem potencial para não ser só a capital das cavernas, mas também a capital do palmito. A nossa ideia foi juntar turismo, gastronomia e agricultura”, afirma a produtora.
A Palmitolândia, como é mais conhecida a Fazenda Vale do Pupunha, oferece uma série de iguarias feitas a partir do palmito, como patês, doces e até sushi. Além disso, as árvores frutíferas da propriedade também são outro trunfo na produção de itens gastronômicos. Graças às jabuticabeiras da fazenda, Ana Gabriela passou a oferecer aos visitantes um patê de palmito com jabuticaba que ganhou o gosto dos clientes.
Mas a proposta da agricultora para o turismo rural vai além das experiências relacionadas ao paladar. “A proposta da Palmitolândia é aproveitar 100% do palmito. Hoje, a maioria descarta quase 80% para virar ração. Nosso trabalho é tentar aproveitar o máximo, fazemos pratos artesanais com a casca, por exemplo. Aqui, o turista corta seu próprio palmito e acompanha todo o processo”, conta. Na fazenda, os visitantes ainda podem participar de oficinas gastronômicas, trilhas e camping.
Os produtos da Palmitolândia estão expostos desde o início da semana até esta sexta-feira (5) no estande da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo na 28ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto.
O público que visita esse espaço pode experimentar e adquirir queijos, cafés, vinhos, itens de charcutaria e outros produtos artesanais de agricultores que participam das rotas gastronômicas do programa Sabor de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
“Acreditamos muito na união entre o turismo rural e gastronômico. O nosso intuito quando trazemos à Agrishow um estande tão rico e diversificado é justamente valorizar a produção sustentável de alimentos e o uso de seus produtos na culinária típica de uma região. Essa parceria fortalece o desenvolvimento regional e fomenta mais atividades turísticas, além de ser um poderoso indutor de desenvolvimento econômico local e regional”, disse o secretário de Turismo e Viagens de SP, Roberto de Lucena. Segundo pesquisa realizada em 2022, pela Organização Mundial do Turismo (OMT), a gastronomia é o terceiro principal motivo para a realização de viagens em todo o mundo.
“Esse projeto do Governo de São Paulo chegou para coroar todo esse trabalho, foi um presente para a gente. Eu sempre acreditei na associação entre turismo, gastronomia e agronegócio. Porque eu sempre vivi do agro e trabalhei com gastronomia. Mostrar isso é tudo o que a gente mais queria. É uma forma de manter o produtor no campo e com mais renda”, diz Ana Gabriela.
Ela afirma ainda que a iniciativa da administração paulista ajuda a quebrar barreiras entre os setores e alavancar destinos de turismo rural em todas as regiões de São Paulo. “Como eu sou agricultora e estou numa cidade turística, durante muito tempo fui vista pelos empresários do turismo com estranheza. Mas, hoje, eles sabem que é uma forma de trazer outros públicos além das pessoas interessadas apenas nas cavernas”, completa.
Há pouco mais de uma década, São Paulo se consolidou como o maior destino de turismo rural no Brasil, com crescimento de quase 30% ao ano, segundo o Sebrae. Com o programa Sabor de SP, o Governo do Estado atua diretamente para promover a culinária regional por meio de festivais, workshops de capacitação e rodadas de negócios em dez roteiros gastronômicos distribuídos por todo o território paulista.
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