21/07/2022 às 13h29min - Atualizada em 21/07/2022 às 13h29min

O TELEFONE PRETO: CRÍTICA COM SPOILERS

O filme do diretor Scott Derrickson tenta trazer profundidade em um terror batido

Mateus Augusto - Redação
Rolling Stone - UOL
Após uma transição no universo da Marvel com Dr. Estranho (2016), o diretor Scott Derrickson retorna para o gênero de terror com seu novo filme O Telefone Preto que faz sua estreia hoje, 21 de julho de 2022 nos cinemas de Todo Brasil. O diretor tem muito renome quando o assunto é terror onde trabalhou em filmes como O Exorcismo de Emily rose e a Entidade que é dito por muitos como um dos filmes mais assustadores dos últimos tempos.



A trama do filme tenta nos passar um sentimento de nostalgia da época de ouro do tema terror nos cinemas, mas falha nesse quesito. O longa se passa no ano de 1970 onde mostra a vida das crianças no subúrbio de Denver em Colorado, e em momento algum ele consegue passar a vibe ou saudar os grandes títulos da época como It, a coisa ou a popular serie Stranger things ao focar nas crianças como centro da história. A fotografia do filme funciona de certa forma, e a ambientação também, com cenários bem montados trabalhados. O perigo real no filme e o que mais funciona é o sequestrador (Ethan Hawke), o assassino de crianças que passa uma imagem de maldição ou bicho papão local, que deixa rastros como balões pretos nos locais. O ator brilha e consegue representar bem o personagem.
 
O longa tem como base o conto no livro feito por Joe Hill filho do grande Stephen King, que nos passa uma história fria e com temas profundos pois mostra para as crianças que o perigo não está somente nas ruas com o sequestrador, mas sim também em casa e isso o filme faz com louvor ao retratar a família de Finney (Mason Thames) e sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) decorrente de seu pai violento Terrence (Jeremy Davies) que passa por problemas com álcool. O bullying também se faz presente na trama, Finney é um jovem inteligente, mas que passa por diversos problemas sendo vítima desses abusos. Ele e sua irmã Gwen também precisam lidar com perda da mãe, e o sumiço de seus colegas. As violências por parte do pai crescem ainda mais quando a menina apresenta ser semelhante a mãe, tendo visões em seus sonhos sobre as vítimas do sequestrador, e mostrando os detalhes dos locais onde o crime era feito.
 
O sequestrador sempre aparece dirigindo uma van preta, se apresentando como mágico e atraindo as crianças para perto e jogá-las dentro da van. As crianças retratadas nos filmes são bem interessantes, e cada um possui atitudes e traços inteligentes, nenhum ali está sem proposito ou é irritante. o Diretor consegue passar muito bem sua visão em cima das deles e traçar suas personalidades de acordo com o ambiente em que vivem.
 
Grande parte do longa se passa com Finney preso no porão da casa do sequestrador, onde ele se vê sem saída ou esperança de escapar. Após tentar de tudo para fugir ele começa a ouvir o telefone preso na parede tocar e a receber dicas e instruções das vítimas para conseguir uma maneira de escapar e ter visões sobrenaturais dentro do porão, enquanto a polícia está investigando o paradeiro de Finney e outras crianças que desapareceram interrogando as pessoas próximas, e questionando a irmã de Finney que descrevia os locais com muitos detalhes frutos de suas visões. Aqui o diretor começa a se aprofundar mais na parte sobrenatural e na questão religiosa que é onde Gwen acredita e que seja a causa para suas visões acontecerem.
 
A partir do segundo ato do filme o roteiro sofre uma grande decaída, James Ransone que faz o papel de Max irmão do sequestrador, apenas aparece para preencher e servir para tapar buraco no filme. Ele podia servir para aprofundar mais a história do sequestrador que mesmo com pouco tempo de foco principal o ator Ethan Hawke, consegue fazer um grande trabalho representando e trazendo intimidação e algo perturbador para o personagem.
 
O último ato é marcado pela cena final do encontro entre os irmãos após os esforços da irmã em encontrá-lo, e ao pai que no final reconhece e se ajoelha pedindo perdão para eles, depois dos inúmeros abusos e violências cometidos por ele.
 
Nota crítica 6/10
 
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