17/04/2019 às 17h12min - Atualizada em 17/04/2019 às 17h12min

Crise habitacional e a proposta do TETO

Paolla Clayr
TETO Brasil
Que há um déficit habitacional no país, todos sabem. O alto índice de construções irregulares, a quantidade de núcleos familiares que dividem o mesmo espaço e o aumento de pessoas em situação de rua, são sinais visíveis dessa precariedade da habitação no Brasil, e em Campos dos Goytacazes essa situação, infelizmente, não é diferente.
 
Além do déficit de habitação, existem as residências que encontram-se em situação de precariedade, com riscos de desabamento e tantas outras vulnerabilidades encontradas em comunidades carentes quando falams de infraestrutura urbana.
 
Diante dessa situação, em 1997, no Chile, um grupo de jovens começaram a trabalhar com o sonho de superar a situação de pobreza em que viviam milhões de pessoas no país. O sentido de urgência das comunidades mais precárias inspirou-os a elaborar planos de desenvolvimento em conjunto com os moradores dessas comunidades, a fim de alcançar soluções concretas frente a multidimensionalidade da pobreza na América Latina, nascendo o programa TETO.
 
 Segundo dados do programa, foram construídas no Brasil 3.844 casas emergenciais, nos estados de São Paulo (2.798 unidades), Rio de Janeiro (460 unidades), Minas Gerais (46 unidades), Bahia (213 unidades) e Paraná (328 unidades).

 As famílias atendidas pelo projeto atravessam um processo de seleção que compreende uma enquete socioeconômica nas famílias que habitam moradias de madeira, cerca de 3 meses antes do acontecimento. Há critérios objetivos, pesos para cada temática. A partir disso, faz-se uma lista de priorização das famílias que mais precisam da casa. Essa lista segue para a comunidade e moradores validam as informações, e então, decidem-se as famílias que vão usufruir daquela construção. Uma das regras para a seleção, por exemplo, é a família morar na comunidade há 1 ano e um dia, critério que valida a condição de permanência.

A moradia de emergência do TETO é uma casa pré-fabricada de madeira pinus certificada que é construida em dois dias. O modelo da casa foi projetado para que qualquer pessoa seja capaz de fazer, com uso de ferramentas manuais na construção que não necessita de expertise profissional. A equipe que atua na execução da obra é composta por voluntários/as, moradores/as e parcerias contratadas. 

Na nossa cidade já houve uma mobilização e a primeira construção em Campos dos Goytacazes foi em novembro de 2018 e foram construídas 4 moradias de emergência na comunidade Aldeia III. A próxima construção em julho, nos dias 20 a 25 de julho, está programado a construção de 8 moradias emergenciais.

Uma das duplas de Embaixadores do TETO Brasil na cidade é a Gabriela e o Matteus, alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal Fluminense, e está arrecadando fundos através de financiamento coletivo para a maior construção de moradias de emergência que o TETO realiza no ano.

São aceitas colaborações mínimas de R$ 10 e podem ser realizadas pelo site, para atingir a meta de R$ 20 mil, totalmente dedicada ao programa: https://www.catarse.me/gabiemattheus

O TETO Brasil é uma das raras iniciativas de habitação no país, e por mais que saibamos da responsabilidade do poder público em providenciar essa atenção à moradia de seus munícipes, não podemos somente esperar ou nos calar, e essa colaboração é tão pequena diante dos riscos que muitas famílias estão sujeitas por aí, que contamos com seu apoio.

Contribua e divulgue.

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