06/04/2022 às 14h37min - Atualizada em 06/04/2022 às 14h37min

​Câmara dos Deputados aprova projeto que cria fundo para agricultores e muda classificação climática de 22 municípios do Norte e Noroeste Fluminense

Jornal Aurora - Redação
ASCOM
Foto: Divulgação / ASCOM
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (06/04), o substitutivo ao projeto de lei que altera a classificação climática para semiárido de 22 municípios do Norte e Noroeste Fluminense (PL 1440/2019). Por ter sido apreciado numa comissão especial presidida pela deputada federal Clarissa Garotinho (União Brasil), o novo texto não precisará ser submetido ao plenário da Câmara dos Deputados, seguindo agora para análise do Senado Federal. 

Apresentado em março de 2019 pelo então deputado federal Wladimir Garotinho, atual prefeito de Campos dos Goytacazes, a proposta é considerada determinante para o desenvolvimento regional do Norte e Noroeste Fluminense, entre outras coisas porque cria um fundo regional de desenvolvimento, de natureza contábil. Dessa forma, os agricultores e pecuaristas regionais poderão ter mais recursos e créditos para suas produções.  

A tramitação do PL enfrentou alguns obstáculos, sendo o maior deles a interrupção dos trabalhos de todas as comissões em decorrência da pandemia. No entanto, Clarissa e o o relator do projeto, deputado  Felício Laterça (União Brasil/RJ), vinham conversando nos bastidores para acelerar a aprovação. Clarissa, aliás, já vem trabalhando para que o Senado ratifique a decisão e para que a sanção presidencial esteja garantida, visto que a parlamentar tem se aproximado politicamente do presidente Jair Bolsonaro. 

“Só quem vive em uma região onde as condições climáticas se tornaram tão adversas sabe as dificuldades que os setores produtivos enfrentam para implantar seus projetos. Não só eles. Sabemos que os moradores de determinadas localidades no Norte e Noroeste sequer têm garantida a água em suas torneiras”, disse Clarissa durante a sessão da comissão especial, que teve a presença de 22 deputados federais, sendo que todos eles votaram a favor do substitutivo.

Por sua vez, o substitutivo de Felício Laterça fez ajustes ao texto original do projeto. Um deles é a restrição para que os recursos destinados ao fundo de desenvolvimento só possam ser concedidos por entidades de direito privado, sem possibilidade de aportes de recursos públicos. O relator justificou que, se não corresse essa alteração, o projeto não estaria compatível com as regras do Plano Plurianual (PPA) e da  Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 

 O substitutivo também incluiu a previsão de pagamento do Benefício Garantia-Safra a agricultores familiares do Norte e Noroeste Fluminense, sem que haja ônus adicional para a União. Anualmente, os recursos do Garantia-Safra são alocados pela União, por meio de uma ação orçamentária, considerando uma quantidade máxima de beneficiados. Acontece que a adesão tem sido sistematicamente inferior ao montante disponibilizado, de cerca de R$ 468 milhões (2017). Em média, são gastos apenas 70% do total, o que dá uma sobra para incluir mais  beneficiários.

“A consolidação da classificação climática é o primeiro passo para lançar as bases de políticas públicas importantes, levando em consideração as especificidades de cada região”, disse Laterça, antes de dar parecer favorável ao projeto. 

Os 22 municípios beneficiados serão: Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Varre-Sai, Santo Antônio. 
 
Perdas:
Só para se ter uma noção da importância do PL 1.440, a estiagem de 2017, por exemplo, gerou perdas de 20 mil cabeças de gado e um prejuízo de R$ 70 milhões, além do comprometimento de fornecimento de água. Na época, 14 municípios da região decretaram situação de emergência. Se aprovada, a proposta vai proporcionar também a obtenção de créditos com juros mais baixos para os setores de agropecuária, incrementando a economia local. A medida deve gerar mais empregos e renda.

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