Marcílio Falcão carrega o dom da educação desde os 16 anos, quando ensinava inglês em Recife. Da sala dos cursinhos, passando pela faculdade de Jornalismo, conquistou a vaga no Itamaraty com um ano e meio de estudos. Atualmente, aos 42 anos, consegue reunir, por exemplo, cerca de 11 mil alunos entre cursos gratuitos, extensivos, de idiomas e programas de mentoria. O segredo para tanto sucesso? Simplificar o estudo, mostrando para jovens e adultos que se tornar diplomata é possível, basta ter paciência e dominar o conteúdo e as competências linguísticas específicas que são cobradas na prova.
Formado em 2005 em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Marcílio seguiu sua curiosidade e interesse na diplomacia, dedicou-se aos estudos e, em 2007, foi aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD). Ao longo da carreira, trabalhou nas Embaixadas de Barcelona, Assunção, Luanda e, de volta ao Brasil, assumiu recentemente o posto de Coordenador-Geral de Administração Consular do Itamaraty.
A facilidade para ensinar o motivou a auxiliar inúmeras pessoas que desejam trilhar um caminho parecido com o seu. Por meio da internet e da criação do Grupo Ubique, uma plataforma de cursos gratuitos e pagos voltados para o concurso de diplomacia, os vários diplomatas do grupo criam conteúdos e possibilitam a democratização do acesso ao conhecimento:
“No meu último curso de mentoria, que foi gratuito, tive por volta de seis mil alunos. Além dos programas gratuitos e dos cursos extensivos e de idiomas, costumo interagir bastante com o público por meio de caixinhas de perguntas do meu perfil de Instagram, respondendo dúvidas sobre a carreira e as provas. Meus colegas do grupo também costumam fazer lives para elucidar vários aspectos relacionados à carreira e à vida de diplomata.”
Marcílio ensina técnicas e métodos de estudos que são diferenciais na preparação para os testes. Um dos métodos de maior sucesso, que se popularizou entre os candidatos ao concurso, é o chamado Princípio da Especificidade, que Marcílio desenvolveu a partir da percepção de que os alunos adotavam métodos de estudo que, embora dessem conta da exposição ao conteúdo, não capacitava os alunos para lidar com as competências linguísticas que a prova exige:
“O princípio da especificidade traz a ideia de que as pessoas serão mais competitivas a partir do momento em que começarem a se preparar com atividades de estudo análogas aos desafios que a prova apresenta. Por exemplo, a prova de inglês exige que se faça uma versão de um texto escrito originalmente em português. Para isso, o candidato precisa ter um conhecimento amplo de vocabulário. O princípio da especificidade pede que ele desenvolva o conhecimento por meio da prática de exercícios de escrita, em vez de ficar horas vendo Netflix ou fazendo leituras fora de contexto com o objetivo de anotar passivamente palavras novas.”
Ele também compartilha nas redes sociais modelos de mapas mentais, fichamentos, anotações e esquemas que tornam a assimilação dos conteúdos bem mais eficiente:
“Costumo recomendar uma atividade metodologicamente simples, mas extremamente eficiente: a redação de uma espécie de apostila de estudos, em que o candidato reúne informações obtidas a partir de várias fontes, sejam aulas, leituras ou exercícios. A apostila terá um texto dinâmico, enriquecido a cada nova leitura ou aula. Ela será revisada e reescrita, e esse material será excelente para suas revisões futuras.”
Blog que virou plataforma de estudo
Motivado pelo desejo de levar adiante o conhecimento e a experiência que tem na área da diplomacia, Marcilio criou o Grupo Ubique em janeiro de 2019. O projeto surgiu como um blog chamado “Praeterea” e logo evoluiu, pois o diplomata percebeu que os métodos tradicionais de ensino faziam muitos candidatos passarem a maior parte do tempo exercitando atividades pouco produtivas:
“Os cursinhos faziam propagandas dizendo que tinham a maior carga horária do mercado, como se isso fosse uma coisa boa. Imagine fazer um curso com mais de 100 horas de aula e ainda por cima consumir toda a carga de leitura necessária, realizar exercícios, preparar seu material de revisão, etc., ou seja, tudo que é necessário para desenvolver a competitividade ideal para a prova. A preparação era feita levando em consideração apenas o consumo de informação e não o outro lado da moeda, que é o desenvolvimento das competências linguísticas relacionadas com a produção textual.”
O Grupo Ubique é formado por mais de 30 diplomatas, acadêmicos, internacionalistas, ex-membros da banca examinadora e professores especializados no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD). Entre os membros do corpo docente, por curiosidade, está o professor e diplomata Rômulo Neves, um dos grandes conhecedores de temas políticos do Itamaraty. A plataforma ainda oferece mentorias para orientar os alunos na construção de um plano de estudos de curto, médio ou longo prazo.
Para quem tem interesse na profissão e busca uma oportunidade na carreira de diplomata, Marcílio avisa: o Governo Federal já publicou o edital do concurso este ano. As inscrições vão até o dia 20 de março de 2022. Os valores dos salários podem variar de 19 mil até mais de 27 mil reais, com base em 2021.
“Por lei, o diplomata tem quatro funções primordiais: manter a sede informada do que se passa no país em que serve (informar), negociar e representar em nome do Brasil, defender os interesses nacionais e prestar assistência aos cidadãos no exterior”, explica.
Experiência internacional também é diferencial
Com passagens por diversos países, Marcílio acumulou uma grande experiência internacional trabalhando em postos importantes pelo mundo. Na Espanha teve um dos cargos mais importantes e desafiadores da carreira:
“Em Barcelona, ocupei a função de cônsul-adjunto e cuidava dos setores de administração e consular. Coordenava uma equipe de cerca de 20 contratados locais e servidores do MRE. O trabalho foi bastante intenso, pois havia uma comunidade brasileira que necessitava de um aprimoramento contínuo de nossos métodos de trabalho para atender a demanda crescente pelos serviços consulares.”
Em 2015, ao ser transferido de Barcelona para o Paraguai, Marcílio chefiou setores de cooperação técnica e temas sociais. Em 2018, foi removido para a embaixada de Luanda, onde chefiou a administração e posteriormente a área consular. Na capital de Angola, o trabalho dele foi de alta demanda devido às estreitas relações diplomáticas, econômicas e culturais com o Brasil e ao alto fluxo de brasileiros na região.
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