10/11/2021 às 16h34min - Atualizada em 10/11/2021 às 16h34min

Clarissa aumenta o tom em críticas ao PT e diz que partido foi hipócrita ao votar contra Auxílio Brasil: “Qem defende os pobres, tem que defendê-los sempre”

- Redação
Surpreendendo a todos que estavam presentes no plenário da Câmara dos Deputados, na noite desta terça-feira (09/11), a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS) fez o mais duro discurso contra parlamentares do Partido dos Trabalhadores que tentaram, sem êxito, barrar na Casa a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 23/2021, conhecida popularmente como PEC dos Precatórios.   


“Quem defende os pobres, tem que defendê-los sempre. Não importa se a medida é do governo A ou se é do governo B”, disse a parlamentar, referindo-se ao fato de o PT ter criado o Bolsa Família no passado, mas, agora, ter votado contra a proposta de emenda constitucional que porporcionará folga orçamentária para o pagamento do Auxílio Brasil a 17 milhões de brasileiros, num valor de até R$ 400 por família. 


No momento mais duro do seu discurso, Clarissa classificou o PT como o “partido do mensalão”, que, por hipocrisia, estaria acusando de compra de voto os parlamentares defensores do novo benefício: “Não aceito que o partido que foi condenado pelo mensalão, isso sim compra de voto (...), queira aqui acusar de compra de voto qualquer deputado que, conscientemente, esteja votando pelo novo auxílio”. 


Clarissa chegou a  ser aplaudida por alguns parlamentares ao final da sua fala de 4 minutos, proferida durante encaminhamento feito por ela de voto do PROS, sobre o requerimento que previa a quebra de “interstício”. Com a retirada desse dispositivo, caiu a exigência de prazo regimental de cinco sessões entre o primeiro e segundo turno de votação da PEC, aprovada ontem com o placar de 323 votos a favor, 172 contra e uma abstenção. 


A deputada defendeu ainda a atuação dos parlamentares para garantir mais emendas aos municípios dos seus respectivos estados. Ela reforçou uma posição que vem adotando sistematicamente: a de que o papel do parlamentar, entre outras atribuições, é ser um “despachante de luxo” dos prefeitos, ajudando para que seus pleitos sejam ouvidos em Brasília, a benefício da população. 



Veja o discurso na íntegra de Clarissa ontem: 


“Gostaria de aproveitar a oportunidade e trazer uma reflexão a esta Casa. Porque somos mais de 5 mil municípios, e nós (deputados) temos aqui ofícios chegando de prefeituras todos os dias em cada um dos ministérios... 


Eu entendo que o papel de um deputado federal, entre outras coisas, é atuar quase que como um despachante de luxo, ajudando os prefeitos para que seus pleitos sejam atendidos, para que as necessidades dos municípios e da população sejam ouvidos, para que não fiquem apenas na burocracia dos processos da máquina pública. 

 
Nós aqui brigamos por recursos para os municípios o ano inteiro, Sr. Presidente, não é em véspera de eleição, como algumas pessoas aqui querem acusar, porque, com medo da eleição, estão querendo impedir a votação do novo Auxílio Brasil. 


Sr.Presidente, nós estamos saindo de uma pandemia. A população empobreceu. Sr. Presidente, como pode um partido e um grupo político responsável pela criação do Bolsa Família querer, agora, impedir o aumento do auxílio, a criação do Auxílio Brasil, de R$ 400, num momento em que o alimento está caro, no momento em que existe inflação? E não é só no Brasil, não. É no mundo inteiro. 


Sr. Presidente, eu quero aqui deixar um questionamento a esta Casa. Eu não aceito que o partido que foi condenado pelo mensalão, isso sim compra de voto, o partido acusado  pelo mensalão queira aqui acusar de compra de voto qualquer deputado que conscientemente está votando pelo novo auxílio.   


Defenso, sim, mais recursos para os municípios todos os dias, do primeiro ao último dia de mandato.  Mas não vou aceitar que os verdadeiros compradores de voto, que instituíram o mensalão neste país, que foram condenados por isso, queiram aqui atingir a moral de qualquer deputado da Casa. 

 
Fiz esse registro aqui. Sr. Presidente, porque (interrupção)...

Quem defende os pobres, tem que defendê-los sempre. Não importa se a medida é do governo A ou do governo B. O maior beneficiado será a população. A média hoje do pagamento do Bolsa Família é de R$ 160 para cada família. Será que essas pessoas não enxergam o quanto vai ser bom para a população brasileira  aumentar essa média para R$ 400?

É fácil dizer que o governo não está fazendo nada. Mas quando o governo se manifesta para atender a população... Por acaso, o governo do PT não foi beneficiado pelo Bolsa Família? Por acaso, o governo do Fernando Henrique, quando fez o Vale Gás, não foi reconhecido pela população? Agora, o receio é de que o governo seja reconhecido pelo Bolsa Família...


Vamos parar de hipocrisia. Em primeiro lugar, temos que defender os interesses da população brasileira.”
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