09/07/2021 às 12h56min - Atualizada em 09/07/2021 às 12h56min
Campista empreende para mulher de pele negra
O período de pandemia tem beneficiado aqueles criadores de conteúdo que estão focados em compartilhar informações relevantes com seus seguidores. Além disso, se mostram atentos às questões atuais e ajudam a conscientizar seu público. O marketing de influência sempre foi algo além de persuadir o público a comprar algo, ele também é focado em orientar o público em questões importantes e do dia a dia.
Não foi diferente com a jovem campista, Suellen Alves Macedo, esposa e mãe de três. Ainda com emprego formal, empreendia produtos de maquiagem nas redes sociais e conciliava com casa e família. Antes usava o perfil do Instagram para vender maquiagem para um público em geral, mas hoje viu a necessidade de criar conteúdo especificamente para mulheres de pele negra.
"Como sou mulher de pele negra, percebi uma carência no instagram de pessoas criarem estratégias, indicarem produtos, referente a pele negra. Então embarquei nesse desejo para preencher essa lacuna que eu achei que precisava ser preenchida. Ressaltando que empreender por meio da criação é vender de forma mais leve", contou Suellen.
Como consequência da Covid-19, a empresa fechou e ela passou a ter tempo para administrar com exclusividade as vendas online. Entretanto, anteriormente seus produtos eram direcionados a um público comum, hoje, especialmente a visão é especial em dá dicas de produtos de maquiagem, cuidados e tratamentos para quem tem pele negra.
A mulher negra até encontra maquiadora da mesma etnia que faz a maquiagem e deixa o rosto pálido, pois essa profissional tem produtos para pele clara. Às vezes ela esquece que existem vários tons de pele. Exemplo: um rosto iluminado para pessoa branca não é o mesmo para pele negra. Por isso considera-se genial esse engajamento - que tenham pessoas para dar essas dicas.
"Recentemente, há poucos anos apenas, com os movimentos negros e a luta contra o racismo, as pessoas negras começaram a ser vistas como consumidoras, clientes, e algumas empresas começaram a se preocupar com a criação de produtos específicos para a pele negra, por exemplo. Essas iniciativas são importantes na luta contra o apagamento da população negra, e todos esses mitos urbanos como o de que a pele negra não precisa se protetor solar ou de que o negro é mais forte são estereótipos racistas que também eram usados na época da escravidão para justificar as atrocidades cometidas contra o povo preto", explicou a socióloga, Thaís Nascimento.
Segundo a jornalista e gerente de jornalismo da Record Tv Interior, Cláudia Eleonora, há realmente uma dificuldade, mas o mercado tem que aceitar essa diversidade, porque o publico negro é altamente consumidor e movimenta 1,7 trilhões de reais por ano. Então a Indústria da moda e estética se atentou para isso." Acho relevante ter mais pessoas propagando essas dicas que atinjam o público com pele negra", concluiu.