13/03/2020 às 16h02min - Atualizada em 13/03/2020 às 16h02min
Voo para Bacia de Campos é cancelado em razão de suspeita de contaminação por coronavírus em um dos passageiros
Todos os trabalhadores foram levados para o Hospital Dr. Beda para passar por avaliações. Máscaras foram distribuídas a taxistas e a trabalhadores do aeroporto.
Sindipetro NF
Divulgação O Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) apura informações iniciais sobre um voo cancelado para a Bacia de Campos, que partiria às 8h de hoje do aeroporto Bartolomeu Lisandro com 10 trabalhadores, em Campos dos Goytacazes, em razão de suspeita de contaminação de um dos passageiros por coronavírus.
O voo embarcaria petroleiros para uma plataforma da empresa Shell. Um dos trabalhadores que iria embarcar, que chegou a Campos ontem (12), da cidade de Volta Redonda, apresentou sintomas de contaminação por coronavírus. O voo foi cancelado e, por precaução, todos os trabalhadores foram levados para o Hospital Dr. Beda para passar por avaliações. Máscaras foram distribuídas a taxistas e a trabalhadores do aeroporto.
Os trabalhadores da Shell não são representados pelo Sindipetro-NF, o que dificulta a apuração do caso pela entidade. O sindicato, no entanto, confirmou com fontes da Petrobrás e da operação do aeroporto a veracidade da ocorrência.
No início desta tarde, o aeroporto Bartolomeu Lisandro divulgou nota onde confirma o cancelamento do voo e informa que “o trabalhador com sintomas ficou isolado em uma sala e outros nove passageiros que tiveram contato com ele na van e nas salas de embarque e de briefing foram mantidos em outra dependência do aeroporto, assim como três funcionários de uma terceirizada, até que os 13 fossem encaminhados a um hospital particular pela empresa aérea”.
Preocupação
De acordo com o coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, o Sindipetro-NF acompanha com preocupação a disseminação do coronavírus desde o início dos contágios, em razão do grande número de trabalhadores estrangeiros — e de brasileiros que viajam ao exterior a trabalho — que atuam em plataformas da Bacia de Campos e em bases de terra.
Estão sendo tomadas medidas preventivas nos embarques dos petroleiros para as plataformas. Nos aeroportos, todos os trabalhadores da Petrobrás passam por medição de temperatura e respondem a um questionário sobre suas condições de saúde e rotinas nos últimos dias — informando, por exemplo, se fizeram alguma viagem.
O médico do trabalho do Sindipetro-NF, Ricardo Duarte, reforça as orientações usuais de prevenção ao contato com o coronavírus, como higienizar com frequência as mãos com álcool gel 70°, evitar contatos como abraços e beijos e utilizar a parte interna do braço nos casos de tosse e espirro, na falta de lenços descartáveis.
A Petrobrás também vem adotando outras medidas, como a de manter apenas as viagens dos seus empregados que forem inevitáveis e divulgar internamente orientações de prevenção.
Até o momento não foram registradas suspeitas de contaminação de empregados da Petrobrás na Bacia de Campos. No Rio, houve um caso de contaminação de um trabalhador lotado na sede da empresa, que estava em férias no exterior e ainda não retornou ao local de trabalho.