Cinco pessoas foram presas nesta terça-feira (5), entre elas um policial militar, em uma operação da Polícia Civil contra uma quadrilha acusada de furtar petróleo e derivados de dutos da Petrobras, no Norte Fluminense. Além dos sete mandados de prisão, os agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) cumprem 11 de busca e apreensão. Durante dez meses de investigação, os agentes fizeram interceptações telefônicas autorizadas pela justiça e descobriram que, em apenas quatro furtos, a quadrilha desviou mais de R$ 700 mil em combustíveis.
A operação Sete Capitães ocorre na capital e nos municípios de Macaé, Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu e em Rolândia, no Paraná. Entre os presos, há um sargento lotado do 8º BPM, em Campos dos Goytacazes, Paulo Roberto Ramos Júnior. O responsável por fazer as perfurações nos dutos também foi preso em Tamoios, subdistrito de Cabo Frio.
Os outros presos são Evangelista Raimundo da Luz, Celmo de Oliveira Felix, Fernando Luis Garcia dos Anjos e Ubiraci Menezes de Jesus.
Os criminosos localizavam os dutos de petróleo bruto e faziam uma derivação clandestina por onde desviavam o produto do roubo. O bando fazia em média de duas a três retiradas por semana, totalizando cerca de 150 mil litros de petróleo e derivados.
Segundo a Polícia Civil, o sargento tinha a função de facilitar a atuação da quadrilha em Carapebus e Quissamã. Entre o ano passado e meados de 2019, os investigadores descobriram que os furtos aconteceram em dias que o PM estava trabalhando. Ele fazia rondas nos locais dos crimes.
Cada integrante da quadrilha tinha um função específica. Existiam os que localizavam os dutos; os que furavam o encanamento e desviavam os combustíveis para os caminhões; aqueles que transportavam o material; e os que vendiam o material refinado.
Segundo o delegado Julio da Silva Filho, titular da DDSD, o petróleo furtado seria enviado em caminhões bitrens, com capacidade para aproximadamente 50 mil litros, para Rolândia, cidade que fica na Região Metropolitana do Paraná. Lá, o material era refinado e revendido posteriormente para postos de gasolinas de outros estados, inclusive o Rio.
Os agentes descobriram em Rolândia pelo menos uma empresa que fazia esse refino irregular. Com autorização judicial, o local será interditado pela Polícia Civil nesta terça-feira.
Os presos responderão por organização criminosa, furto duplamente qualificado e crimes contra a ordem econômica e contra o meio ambiente.
"A prática do furto ilegal de combustível, além de ser criminosa, representa um risco para o meio ambiente e para as pessoas que residem próximo aos locais", disse o delegado Julio da Silva Filho.
Além da Polícia Civil do Rio e do Paraná, atuam na ação o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual; Secretaria estadual de Fazenda (Sefaz), Agência Nacional de Petróleo (ANP), Petrobrás e Transpetro.
Os presos serão levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio.