Para a maioria das pessoas, não há dúvidas que o consumo de cigarros prejudica a saúde. Ao falar sobre isso, porém, a opinião popular aponta para doenças pulmonares, problemas cardiovasculares e até impotência sexual. O que ninguém menciona em momento algum é o alto risco de câncer na bexiga.
As causas do câncer na bexiga
Apesar de ser um tipo de câncer muito agressivo, não está na lista dos mais comuns. Enquanto apenas uma parcela menor do câncer na bexiga está relacionada a alguma predisposição genética, a grande maioria dos casos, mais de 70%, resulta do tabagismo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o câncer na bexiga atinge mais de nove mil brasileiros, sendo 6,6 mil homens e 2,7 mil mulheres, causando a morte de 3.905 pessoas em 2015.
A maior parte dos componentes químicos presentes na composição dos cigarros percorre o organismo por meio da corrente sanguínea, são eliminados pelo rim e chegam à bexiga, atingindo suas paredes. Os efeitos iniciais podem provocar irritação e infecção urinária, mas esses componentes cancerígenos agridem a bexiga, alojando-se em suas paredes, até chegar ao ponto de desenvolver um tumor.
Várias doenças urinárias podem, em um primeiro momento, mascarar a presença do câncer, sendo a infecção urinária a número um. O fato é que, na infecção urinária, ocorre a chamada hematúria, quando há sangue na urina, que é o principal sintoma do câncer na bexiga. Veja-se, contudo, que, no primeiro caso, a presença de sangue é muito discreta, em um nível microscópico. Porém, na evidência de câncer na bexiga, o sangue na urina é muito mais volumoso, plenamente perceptível a olho nu.
Outros sintomas:
Além da presença de sangue na urina, o câncer na bexiga pode ser caracterizado por sintomas como:
- Micção com frequência bastante acima da normalidade;
- Forte sensação de queimação ao urinar;
- Sensação de urgência para urinar, mesmo que a bexiga não esteja cheia;
- Dificuldade para urinar e fluxo fraco na urina;
- Inchaço nas pernas;
- Anemia.
Tratamento e recomendações
O processo de tratamento de câncer de bexiga depende do estágio em que a doença se encontra. O meio principal de tratamento é a cirurgia.
Se o tumor for superficial, pode ser retirado por via endoscópica, mas se estiver em maior profundidade, será necessário retirar a parte da bexiga em que esteja localizado. Em casos mais graves, a bexiga deverá ser removida completamente e o paciente deve ser submetido a uma cirurgia para construir um novo reservatório para a urina, utilizando um segmento das alças intestinais.
Após a cirurgia, provavelmente, pode ser necessário que o paciente faça quimioterapia a fim de combater as células cancerosas que possam dar origem a metástases.
Algumas recomendações são importantes para prevenir esse câncer agressivo:
- A mais importante delas é deixar de fumar;
- Sempre beber muita água. Uma quantidade alta de líquidos ajuda a eliminar substâncias nocivas às paredes da bexiga;
- Não espere a bexiga ficar muito cheia para esvaziá-la, assim, possíveis agentes cancerígenos presentes na urina ficam menos tempo em contato com as paredes da bexiga.
Por fim, fique atento ao aparecimento de sintomas que possam indicar problemas urinários e procure o acompanhamento de um médico especialista em urologia que possa realizar um prognóstico competente para a prescrição de um tratamento, caso seja necessário.