Nada como um teatro bem ensaiado para tentar enganar a população. A prefeita cassada de Cardoso Moreira, Geane Vincler, vem tentando vender a narrativa de que foi injustiçada pela Justiça Eleitoral. No entanto, por trás da cortina de fumaça armada por sua equipe de marketing—que parece não diferenciar comunicação institucional de propaganda pessoal—esconde-se um histórico robusto de denúncias e investigações que desmoronam qualquer tentativa de vitimização.
O golpe de mestre da prefeita foi soltar uma nota genérica à imprensa local—que, convenientemente, se limitou a reproduzi-la sem aprofundamento algum—onde ela afirma estar surpresa com a decisão judicial que cassou seu mandato e a declarou inelegível por oito anos. O que a prefeita não menciona, e que a imprensa amestrada de Cardoso Moreira e Italva finge não saber, é que essa foi apenas a primeira de uma sequência de sentenças que podem encerrar de vez sua trajetória política.
A prefeita responde a TRÊS outras Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), sendo DUAS movidas pelo Ministério Público e uma pelo Partido Republicanos. O enredo dessas ações deixa claro que a cassação não foi um fato isolado, mas sim parte de um esquema contínuo de abuso de poder, compra de votos e manipulação da máquina pública para se perpetuar no poder.
Vejamos os escândalos que ainda aguardam a canetada final da Justiça:
️ Ação do MP (0600572-92.2024.6.19.0141) – Geane Vincler não se contentou em ser prefeita, mas fez questão de atuar como assistente social de luxo, entregando pessoalmente cadeiras de rodas e outros benefícios a eleitores carentes, em plena campanha. Como se não bastasse, ainda usou essas ocasiões para pedir votos explicitamente, conforme denunciado pelo Ministério Público. O episódio mais escandaloso envolveu o senhor Carlos Vieira de Souza, que recebeu uma cadeira de rodas para sua mãe, enquanto a prefeita explorava politicamente a situação de fragilidade da família.
️ Outra ação do MP (0600579-84.2024.6.19.0141) – Se o abuso de poder fosse uma modalidade olímpica, a prefeita estaria no pódio. Desta vez, foi flagrada intimidando servidores públicos, exigindo que fizessem campanha para sua reeleição, sob ameaça de demissão. Como prova, um áudio anexado ao processo mostra a prefeita aos gritos, prática que, segundo fontes, ela continua exercendo nos bastidores, desesperada com sua iminente queda. Além disso, o MP aponta o uso de um programa assistencial, o “Cartão Recomeçar”, como moeda de troca para angariar votos, além da distribuição irregular de medicamentos pela própria prefeita e seu marido, secretário municipal de saúde.
️ Ação movida pelo Partido Republicanos (0600611-89.2024.6.19.0141) – Transformando um benefício essencial em moeda política, a gestão Geane Vincler condicionou a inclusão e permanência no programa de Aluguel Social ao apoio eleitoral. Beneficiários suspeitos de não apoiarem a prefeita tiveram seus auxílios cancelados arbitrariamente. Um esquema repulsivo que mostra como a máquina pública foi aparelhada para manter o grupo da prefeita no poder a qualquer custo.
Mas a saga não para por aí. Para reforçar sua estratégia de confusão e desinformação, a prefeita escalou seu advogado para dar uma entrevista em uma rádio local—adivinhem?—também aliada à sua gestão e envolvida em um escândalo de improbidade administrativa, justamente por receber pagamentos irregulares da prefeitura.
Fica a dúvida: o que será dito nessa entrevista? Vão tentar justificar o injustificável? Criar um novo enredo de perseguição política? Convencer os servidores contratados pela prefeitura a saírem em defesa de uma gestora que os usou como cabos eleitorais?
A realidade é uma só: a cassação foi apenas o primeiro tombo. Com as três ações restantes já com audiências marcadas para o dia 24 de fevereiro, março pode ser o mês do colapso definitivo de Geane Vincler e sua trupe. E, ao que tudo indica, nem todo o jogo de cena do mundo será suficiente para reverter o que está por vir.