14/11/2024 às 09h52min - Atualizada em 14/11/2024 às 09h52min
Prefeito Wladimir lança ''pacote de maldades'' contra os servidores que prevê cobrança extraordinária e taxação de aposentados
- Redação
Manchete RJ
A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campos (Siprosep), Elaine Leão, destaca a gravidade de um Projeto de Lei que, segundo ela, representa um grande impacto negativo para os servidores de Campos, e pede aos vereadores que analisem cuidadosamente a proposta. "Estamos convocando todos os servidores, pois esse projeto destrói nossos direitos", afirmou Elaine. Após consulta com uma advogada especializada em previdência, o Sindicato concluiu que o projeto coloca em risco os direitos dos servidores.
De acordo com Elaine, o projeto prevê uma cobrança extraordinária, além das contribuições já exigidas, incluindo a taxação dos aposentados. "Querem que paguemos o rombo de 2015 e 2016, deixado pelo Governo Rosinha", declarou, referindo-se ao déficit na PreviCampos, quando mais de R$ 500 milhões desapareceram dos cofres da previdência municipal. Grande parte desses recursos foi aplicada em investimentos arriscados, como um resort em Trancoso e um hotel de luxo na Barra da Tijuca.
Outra medida do chamado "pacote de maldades" é a proposta de aposentadoria com apenas 60% da média salarial do servidor. "E se o servidor falecer, seu filho receberá apenas 10% desses 60% do salário. Estão destruindo nossos direitos", enfatizou a presidente.
Além disso, o projeto propõe que a aposentadoria especial tenha tempo de contribuição e idade elevados, dificultando ainda mais o acesso ao benefício.
Elaine afirmou que pretende dialogar com todos os vereadores para que compreendam a gravidade do projeto e se manifestem contrariamente.
O presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar (União), informou que uma audiência pública foi marcada para discutir o projeto, enfatizando que os servidores não devem arcar com o déficit deixado pela administração anterior. "Agendamos uma audiência pública para o dia 25 de novembro, às 15h, para debater este tema. O que nos surpreende é que mais uma vez é proposto um pacote que prejudica apenas os servidores, que agora teriam que pagar por um déficit na PreviCampos deixado pelo grupo político do próprio prefeito. Vamos analisar tudo com cautela para minimizar os danos. Nosso gabinete está aberto e nosso mandato à disposição de todas as categorias, especialmente dos servidores", afirmou Marquinho.
PreviCampos Durante os anos de 2015 e 2016, na gestão da então prefeita Rosinha Garotinho, desapareceram mais de R$ 500 milhões dos cofres da PreviCampos. Em dezembro de 2015, o patrimônio da PreviCampos era de R$ 1,305 bilhão, caindo para R$ 804 milhões ao final de 2016, uma redução de R$ 501 milhões.
Desses R$ 804 milhões restantes, parte foi destinada a investimentos de alto risco, como um resort em Trancoso, na Bahia, e um condomínio em área de reserva ambiental em São Paulo, onde foram investidos R$ 120 milhões em projetos que nunca saíram do papel.
Além disso, cerca de R$ 40 milhões foram investidos em um hotel na Barra da Tijuca, pertencente ao empresário conhecido como "Rei Arthur". O hotel foi fechado após ter seus bens bloqueados pela Operação Lava Jato. Outros R$ 17 milhões foram investidos em uma rede atacadista de São Paulo, sendo a PreviCampos a única investidora desse fundo.
A Polícia Federal investigou o caso e realizou uma operação para coletar provas, incluindo um mandado de busca e apreensão na casa da ex-prefeita Rosinha, em Campos. Entretanto, em junho de 2024, o TRF-2 anulou a decisão que autorizou a busca e apreensão e ordenou a destruição dos dados coletados nos computadores e celulares apreendidos. Quanto ao dinheiro, ele nunca mais foi recuperado.
Com informações Manchete RJ A redação do Jornal Aurora aguarda resposta da Prefeitura de Campos.