Algumas pesquisas realizadas em universidades de todo o mundo são unânimes ao apontar que o vício em drogas pode passar para os filhos de forma hereditária.
Mas isso não se restringe apenas às drogas. Outros tipos de vícios, como em sexo, jogos ou compulsão alimentar também podem ser transmitidos de pai para filho.
Segundo alguns estudos conduzidos pela Universidade Federal de Minas Gerais indicaram que no caso de bebidas alcoólicas, por exemplo, 50% do vício provém da hereditariedade.
Os outros 50% são decorrentes do contexto em que a pessoa está inserida. Alguns fatores que podem influenciar nisso são:
O que acontece em muitos casos é que a pessoa associa o consumo de drogas a algo prazeroso porque ela vê outra pessoa próxima fazendo isso.
Assim, o corpo começa a promover uma série de modificações corporais, de tal forma que a pessoa passa a precisar daquela substância todos os dias.
O corpo começa a tolerar mais os efeitos de algumas substâncias, e aparentemente passa a não apresentar mais os efeitos negativos que uma pessoa não viciada apresentaria.
Acontece que isso é como armar uma bomba relógio. Chega uma hora que o corpo não aguenta mais tanta toxicidade e pode se manifestar da forma mais trágica possível, levando a pessoa à morte.
No caso da hereditariedade, a criança recebe durante a sua formação genes que não interpretam a absorção de entorpecentes de uma forma tão negativa.
Mas há de se pontuar que a herança genética não é forte o suficiente para que somente ela determine se uma pessoa será viciada ou não. Ela colabora, mas pode ser driblada se as condições externas favorecerem a pessoa.
Carl Hart, neurocientista e pesquisador na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, levou quase 20 anos para concluir algumas pesquisas sobre os efeitos das drogas no corpo humano.
Suas pesquisas concluíram que pelo menos 80% dos usuários no mundo não são viciados. O que leva uma pessoa ao vício não é necessariamente a substância química presente no entorpecente.
São vários os fatores que podem fazer uma pessoa se viciar, que vão desde os socioeconômicos aos psicológicos. Uma pessoa com depressão ou ansiedade pode usar drogas como maconha ou heroína para se sentir mais relaxada e aliviada da pressão.
O fato é que um bom tratamento psiquiátrico também pode ter a mesma eficiência. Por isso, existe uma linha tênue entre o que a pessoa escolha e o que toma conta dela.
Uma pessoa viciada pode encontrar o refúgio nas drogas principalmente quando sofre um excesso de pressão.
Essa pressão quase todas as pessoas vivem no dia a dia. Este é o caso daquele tipo de pressão exercida no trabalho para que a pessoa seja a melhor dentre todas.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 7 milhões de dependentes químicos. A definição da OMS para a dependência química é de uma doença crônica e progressiva, o que significa que tende a piorar com o passar do tempo e a dar origem a novas doenças.
A melhor forma de se prevenir contra o vício em drogas é óbvia, simplesmente não usar. Muitas delas, principalmente as que são derivadas da cocaína, podem viciar logo no primeiro uso.
A causa do vício não é necessariamente a substância química, e sim as condições vividas por cada um.
Prova disso é que nem todas as pessoas se viciam em drogas. Mas, por que isso acontece?
Existe uma teoria que pode tentar explicar esse fenômeno. Ela foi formulada em meados dos anos 70 nos Estados Unidos por um psicólogo chamado Bruce Alexander.
Ele criou o “Parque dos Ratos”, que nada mais era do que uma gaiola gigante com um monte de coisas para os ratos se distraírem, como bolinhas, brinquedos, túneis. E, claro, poderiam copular a qualquer momento.
Nesse mesmo ambiente foram colocadas as garrafas de água com a água pura e a água com os entorpecentes.
O resultado foi inesperado. Alguns ratos até tomavam a água com a droga, mas não se viciavam. Não morriam de overdose.
Analisando o que foi estudado, Bruce chegou à conclusão de que esse resultado não foi mero acaso.
Os ratos eram livres, podiam criar laços e estavam com a cabeça ocupada com outras coisas. Enquanto viviam presos e sem mais nada para fazer, a única coisa que encontravam era o prazer de se drogar.
Com os humanos, isso não acontece de forma diferente!
Por quê as pessoas sentem prazer com as drogas?
Seguindo a linha dos resultados da pesquisa de Bruce Alexander, as pessoas gostam tanto de usar drogas porque elas causam a mesma sensação que atividades prazerosas causam.
O prazer foi configurado pelo sistema nervoso como um sistema de recompensa para que continue fazendo aquilo que é bom ou necessário à sobrevivência.
O problema é que as drogas atuam de uma forma diferente no organismo. Elas causam a mesma sensação de prazer, mas suas substâncias “confundem” o sistema nervoso, de forma que ele foque apenas nas drogas.
Ou seja, tudo aquilo que antes também trazia prazer para o sistema nervoso é deixado de lado, e o foco principal se dá no consumo de entorpecentes.
Buscar diferentes formas de terapia
As drogas afetam muito a vida de uma pessoa, e não apenas na questão de saúde, mas em todos os âmbitos da vida.
Por isso, caso a situação esteja mais grave, é importante buscar diferentes formas de ajuda e tratamento, sejam elas físicas, mentais ou emocionais.
Como o consumo de drogas enfraquece vários aspectos da vida, pode ser necessário buscar a ajuda de um nutricionista, médico, psicólogo, life coaching ou qualquer outro profissional que possa ajudar a restabelecer aquele aspecto da vida de uma pessoa.
A ibogaína, substância extraída da raiz de uma planta africana também vem sendo muito utilizada no tratamento da dependência química. Diversos estudos realizados por universidades brasileiras comprovam a eficácia da ibogaína, principalmente em usuários de crack, cocaína, heroína e maconha. Mais de 70% dos que se submeteram a esse tratamento se libertaram do vício. Alcoolismo e Depressão também vêm sendo tratados com ibogaína e apresentam ótimos resultados, segundo informações do IBTA (Instituto Brasileiro de Terapias Alternativas), referência no Brasil no tratamento com ibogaína.