21/05/2024 às 13h32min - Atualizada em 21/05/2024 às 13h32min

​Ressaca deixa cerca de 180 desalojados e sete desabrigados em Macaé

O mar derrubou uma casa e um triplex em área já interditada. Em busca ativa, foram identificados, até a manhã desta segunda, 60 imóveis em situação de risco. Prefeitura atua para liberar aluguel emergencial

- Redação
G1
A ressaca no mar que atingiu o bairro Fronteira, em Macaé, no Norte Fluminense, neste fim de semana, deixou cerca de 180 pessoas desalojadas e sete desabrigadas, segundo dados atualizados pela Prefeitura na tarde desta segunda-feira (20).

Ainda segundo o município, as vítimas são pessoas que decidiram permanecer em uma área que já se encontrava interditada pela Defesa Civil.

O governo disse ainda que trabalha na liberação de aluguel emergencial no valor de R$ 990.

Os desabrigados foram encaminhadas para o abrigo do Hotel de Deus. Já as pessoas desalojadas estão recebendo atendimento no ponto de apoio montado no Centro de Convivência da Praça da Fronteira.

Área atingida
O local afetado está na faixa entre as travessas oito e 12 do bairro Fronteira, uma área que já havia sido interditada. Em busca ativa, a Defesa Civil identificou e interditou 60 imóveis em situação de risco por causa da ressaca deste fim de semana. Uma casa e um triplex, que estavam vazios, desabaram na manhã deste domingo.

Ao todo, foram registrados cinco desabamentos (parcial ou total), uma erosão na pista e cinco quedas de poste.

O cenário assustou os moradores da região.

"Eu estou aqui há 13 anos e nunca vi uma cena como essa. Meu filho e outros moradores perderam tudo que tinham. Eu estou assustada”, disse a dona de casa, Genilda da Silva.

O comerciante Rodrigo Paes conta que perdeu o quiosque dele, que se surpreendeu com a força da água.

"O mar levou meu quiosque que era um contêiner de seis metros como se fosse um papel. Amassou e levou. Era meu ganha pão, o sustento da minha família", disse.

Genilson Barcelos, outro comerciante da região, também lamenta a situação.

“Lamentável o que vem acontecendo. Sou morador daqui há 42 anos. Infelizmente dessa vez veio para destruir tudo. 100% pedido, praticamente tudo condenado", disse.

Solução do poder público
A Prefeitura informou que contratará estudo técnico de oceanografia entre as travessas 1 e 14, para que sejam apontadas as medidas necessárias para o local. O objetivo é buscar uma solução definitiva para o caso.

“Nossas ações imediatas foram retirar essas pessoas dessa área sensível e, em seguida, agilizar os serviços para alocá-las em aluguel emergencial. Outro ponto é efetivar o contrato do estudo técnico para a solução definitiva do bairro Fronteira. As equipes continuam vistoriando os imóveis para garantir que essas famílias não retornem às áreas interditadas. Além disso, com o processo de abertura do aluguel emergencial, esses desalojados assinam o Termo de Autorização de Demolição (TAD) dos imóveis”, explica o secretário adjunto de Defesa Civil, Joseferson de Jesus.

As equipes da Defesa Civil seguem monitorando a região 24 horas por dia. A Prefeitura disse ainda, que os imóveis em risco já se encontravam interditados anteriormente, com registros em processos junto ao Ministério Público. O governo também ressaltou a Marinha do Brasil alertou sobre a ressaca previamente.

“Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias identificam as mudanças das correntes marítimas, por conta do aquecimento global. O fato reflete diretamente nas ondas. No bairro Fronteira, por exemplo, a ressaca que atingia anteriormente as travessas de 1 a 8, agora temos uma faixa nova, de 8 a 12”, contou Joseferson.

A Defesa Civil pede que a população, em caso de emergência, entre em contato pelo telefone 199 ou pelo WhatsApp: (22) 99103-4275. O Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo 193.

Aluguel Emergencial
A Prefeitura divulgou algumas regras quanto à escolhas do imóvel e ao pagamento do aluguel emergencial às famílias desalojadas. São elas:
  • O valor máximo de R$ 990,00 estará sujeito a avaliação da equipe técnica da Secretaria de Habitação
  • É proibido o aluguel de casas em áreas de risco, em locais de alagamento, e ambientalmente protegidas por lei
  • As instalações e os equipamentos hidráulicos devem estar em perfeito estado de funcionamento, sem rachaduras, trincas ou fissuras
  • As instalações elétricas também devem estar em perfeito estado de funcionamento e as paredes, tetos e pisos sem umidade e manchas de infiltrações

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