17/01/2024 às 10h46min - Atualizada em 17/01/2024 às 10h46min

Jornalista da Inter TV é agredido durante cobertura de caso de afogamento

Repórter João Vitor Brum acompanhava as buscas dos bombeiros quando um homem se aproximou iniciando as ofensas, e, posteriormente, partiu para ataque físico. Inter TV, Federação e Sindicato de Jornalistas repudiaram agressões.

- Redação
G1
O jornalista da Inter TV RJ, João Vitor Brum, foi agredido em Cabo Frio, na Região dos Lagos, quando fazia a cobertura das buscas por um jovem que se afogou na Lagoa de Araruama, na tarde desta segunda-feira (15). O corpo de Pedro Lucas Rodrigues de Oliveira, de 18 anos, foi encontrado na tarde desta terça-feira (16), no bairro Portinho, nos arredores da Ilha do Anjo, em Cabo Frio.

O repórter explicou que já havia conversado com a avó e a tia do jovem desaparecido, e feito imagens do trabalho dos bombeiros, quando foi surpreendido com as agressões.

O profissional disse que, durante a entrevista com os familiares, um homem questionou a presença dele no local, e foi repreendido pelos parentes da vítima, que defenderam o jornalista, alegando que a intenção dele era apenas de ajudar. Com isso, o homem foi embora da orla.

No fim da tarde, a equipe do Corpo de Bombeiros conversou com a família e explicou que as buscas não poderiam ser feitas à noite, seguindo o protocolo da corporação. Neste momento, os familiares conversaram com o jornalista e a mãe do jovem deixou o seu número telefônico, para que os dois mantivessem contato sobre as buscas.

A família do rapaz foi embora e o repórter continuou no local conversando com duas banhistas que testemunharam o incidente e estavam pedindo ajuda para cobrar a presença de salva-vidas no local, que é muito visitado no verão.

Durante a conversa, o mesmo homem que tinha ofendido o jornalista anteriormente voltou à orla, já gritando, e foi em direção ao profissional.

Em imagens feitas pelo próprio repórter é possível ver pessoas tentando evitar a agressão. Mesmo com testemunhas tentando defender o profissional, o homem o agrediu fisicamente e jogou seu equipamento de trabalho na lagoa. Quando tentava pegar o equipamento, o jornalista ainda foi empurrado e caiu na água.

O agressor só parou com o ataque quando foi contido por um dos salva-vidas, que tinha ido embora de moto aquática e voltou ao perceber a confusão. O militar segurou o agressor até que o jornalista conseguisse sair do Parque Ecológico Dormitório das Garças, onde as buscas estavam sendo realizadas.

O caso foi registrado na delegacia de Cabo Frio e o repórter fez o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade, onde as agressões foram confirmadas pelo perito.

A mãe do jovem que desapareceu esclareceu que o agressor não é da família, sendo apenas um conhecido deles.

O ataque ao jornalista em pleno exercício da profissão foi repudiado pela emissora, por outros veículos jornalísticos e por entidades que representam a imprensa.

Na página do Instagram da Inter TV, o diretor de jornalismo, Rolf Danziger, alertou que não se trata apenas de um ataque ao indivíduo, mas de um atentado à liberdade de imprensa e ao papel vital que possui em uma sociedade democrática.

"Este ato brutal é um alerta para a necessidade de proteção e respeito aos jornalistas, que desempenham um papel fundamental na busca pela verdade e na prestação de informações à comunidade", disse Rolf Danziger, que também manifestou apoio repórter.

"Nesse momento difícil, expressamos nossa solidariedade ao repórter João Vitor Brum. A Inter TV reafirma seu compromisso com a liberdade de imprensa e continuará a desempenhar seu papel vital na divulgação de informações relevantes à comunidade, superando adversidades como essa com resiliência e determinação".

O jornalista João Vitor Brum postou comentário agradecendo o apoio de todos.

"Pessoal, passando aqui para agradecer a todos os colegas, amigos, familiares, e também a todos que nos acompanham, pelas mensagens de apoio. Estou bem!!! Tomando as medidas necessárias para que nossa profissão não siga sofrendo tantas agressões, não apenas físicas. O foco sempre no jornalismo e que assim continue. Meu respeito total à família do jovem desaparecido, que não teve nada a ver com essa situação e foi, do início ao fim, extremamente educada e receptiva comigo, mesmo em um momento tão difícil para eles. Nossa intenção sempre será de ajudar. Abraço e obrigado a todos, assim que possível, respondo com calma um por um."

Fenaj e Sindicato dos Jornalistas se manifestam

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPRJ) também expressaram repúdio ao ataque sofrido pelo repórter em nota emitida nesta terça-feira (16).

"Este ato leviano e covarde contra o jornalista João Vitor vai contra os princípios constitucionais da liberdade de imprensa, da apuração dos fatos e a responsabilidade de levar a melhor informação para a sociedade. Atos como este atentam contra a democracia. Neste sentido, os Sindicatos e a FENAJ repudiam a violência sofrida pelo profissional, se solidarizam com o jornalista agredido e solicitam que os órgãos de segurança do município tomem as providências legais contra o agressor", diz trecho da nota.

As entidades lembraram ainda que, em 2022, foram registrados 376 casos de agressões a jornalistas e veículos de comunicação no Brasil, sendo, praticamente, um caso por dia.
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