17/11/2023 às 20h45min - Atualizada em 17/11/2023 às 20h45min

Opinião - por Dra Ângela Campos

Hoje com a velocidade e criatividade da Internet, somos bombardeados de esquetes do cotidiano

Dra. Ângela Campos
Foto: Arquivo pessoal

Assistindo a alguns "memes" na Internet, me recordo de quando tínhamos que aguardar as páginas dos jornais para, através de uma "charge", ter uma imagem associada a um texto ou subtexto que retratava algum acontecimento, geralmente político. 

Hoje com a velocidade e criatividade da Internet, somos bombardeados de esquetes do cotidiano, muitas ainda utilizando o que a política nos traz há tempos, indignação. 

Com o iminente ano eleitoral, não é surpresa vermos muitas páginas de comédia em redes sociais como Instagram e Facebook terem conteúdos humorísticos, sobre apoiadores "fiéis" de políticos eleitos, ainda tentando manter uma base eleitoral.

Nesse contexto, ainda vemos práticas de séculos passados, serem atualizadas em gestões contemporâneas, sob o manto da "democracia".

Sabe? Aquele voto de cabresto que nossos avós e pais falavam? Dos coronéis? E de tantos outros adjetivos de políticos que abusavam, literalmente, da fragilidade do povo?

Pois é. Hoje não é diferente.

Cargos públicos sendo entregues a torto e a direita, por aqueles que detém o poder, sob a justificativa de que o serviço público não pode esperar.

Mesmo depois de 1988 e da Constituição cidadã, parece que estamos longe de mudar essa forma de "politica", forma essa que oprime os mais necessitados, ao ponto de perderem o que, pra mim, depois da vida, é o mais importante princípio, liberdade.

Pra aqueles que dependem desses cargos como sua fonte de renda, o que o ditador ou ditadora manda é lei, ponto, indiscutível. 

"Não ande com pessoas da oposicao", "não curta nada", "curta todas as minhas postagens", "não faça isso", "não faça aquilo", são alguns, de muitos comandos dados aos "bajuladores", que na verdade, pra não perderem seus empregos, necessitam acatar os comandos, esquecendo quem realmente são.

Os "memes" demonstram isso de forma inteligente, criativa, cômica,  mas a realidade nos mostra, o quão oprimidos são aqueles, que para levarem o pão pra casa, se sujeitam a não terem mais voz, pois a única voz que eles podem reproduzir, é a do seu político. 

Duro ver famílias, amigos, parentes, serem separados, pela opinião de um ou de uma, para terem o seu ego inflado por likes e palavras de apoio.

Numa pequena cidade do interior do estado do Rio de Janeiro, que cito como exemplo, concurso público está tão distante, que para satisfazer o órgão de controle, mas não perder o cabresto, há edital aberto para quatro cargos, e apenas uma vaga para cada um deles, ou seja, quatro vagas no geral.

Justificativa? Não tem orçamento.

Realidade: cargos em comissão em quase todas as áreas.

E mais, muitos desses sendo exercidos por parentes, numa clara alusão ao nepotismo, "só confio nos meus, sangue do meu sangue".

A moralidade passa longe, mas ainda citam o nome do eterno, numa clara intenção de que preferem ser iludidos de que Deus concorda com isso.

Uma pena, poderíamos ficar só com os "memes", mas os "memes", traduzem de forma humorada a realidade. Se essa realidade não existisse, os "memes" não teriam graça.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jornalaurora.com.br/.
Jornal Aurora Publicidade 1200x90
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp