16/11/2023 às 09h21min - Atualizada em 16/11/2023 às 09h21min

Campos volta a registrar aumento de casos de febre maculosa e dengue

Ambas as doenças registraram recentemente aumento de casos suspeitos e confirmados no município, colocando as autoridades de saúde em alerta

Jornal Aurora - Redação
PMCG
Campos voltou a registrar recentemente aumento de casos suspeitos e confirmados de febre maculosa e dengue. Atenta a esse cenário epidemiológico, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) faz um alerta à população quanto às principais medidas de prevenção contra as doenças que têm gravidade variável e alta taxa de letalidade. Também orienta os munícipes que busquem auxílio médico mediante os sintomas que são semelhantes.

A prevenção da febre maculosa, que tem como vetor o carrapato da espécie Amblyomma cajennense ou sculptum, conhecido como carrapato-estrela, deve ser feita por todos que tenham contato, principalmente em áreas rurais, que manipulem diretamente equinos e bovinos ou que tenham atividades, sejam recreativas ou profissionais, como caças, pesca, ou que fazem trilhas, adentrando áreas com vegetação abundante ou que sabidamente tenha a presença de capivaras.

“O carrapato que comumente fica parasitando animais silvestres como capivara também é passível de parasitar equinos, bovinos e até animais domésticos como cães e gatos”, explicou o diretor de Vigilância em Saúde, Rodrigo Carneiro.

O infectologista orienta que, caso seja indispensável adentrar esses locais, que façam com roupas de manga comprida, bota e luvas de modo a cobrir a superfície corpórea. “Após a saída desse local é necessário um minucioso exame da superfície do corpo atrás de possíveis carrapatos aderidos à pele e que devem ser retirados imediatamente”, completou.

Com relação à dengue, é de conhecimento de todos que a principal medida de prevenção é diminuir a população do mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Para isso, cada cidadão deve evitar, principalmente em seu domicílio, a possibilidade da proliferação das larvas do mosquito. Assim, todos os objetos que possam servir de criadouros para o mosquito, ainda que com pequena quantidade de água, devem ser fiscalizados e eliminados.

“Outros cuidados que podem ser tomados são o uso de repelentes e métodos de barreira como cortinados para dormir e telas contra mosquitos nas janelas. No entanto, a forma mais eficaz é evitar proliferação do vetor e, para isso, deve-se evitar água limpa parada”, orientou Rodrigo Carneiro.

As duas doenças têm manifestações clínicas semelhantes, inicialmente com febre, dor no corpo, mialgia, artralgia e cefaleia que costumam evoluir nos primeiros dias sem melhora espontânea. A pessoa que apresentar esses sintomas, persistindo por 48 horas, sem melhora, deve procurar auxílio médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Pré-Hospitalares (UPH). O local de referência da Prefeitura para atendimento a esses pacientes, após a procura dos locais iniciais, é o Centro de Referência da Dengue (CDR). Lá, a pessoa será avaliada para saber se tem hipótese diagnóstica e também receber acompanhamento.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO — De janeiro a novembro deste ano, Campos teve quatro casos de febre maculosa confirmados, sendo que três evoluíram para óbito (pacientes de 58, 50 e 33 anos). Há outros cinco casos em investigação.

Já a dengue contabiliza 2.964 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico, sendo dois óbitos em decorrência da doença (pacientes de 84 e 29 anos). O pico da doença ocorreu entre março e junho. Já a chikungunya teve aumento exponencial, contabilizando 27 casos. Não há caso de zika.

CONTROLE E COMBATE AOS VETORES — O trabalho de prevenção e controle da dengue, zika e chikungunya, feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), conta com visitação domiciliar diária e bloqueio aeroespacial com fumacê e bomba costal. Esta última atividade ocorre nos bairros com casos positivos das arboviroses. Há também monitoramento com armadilhas (Ovitrampas) e visita quinzenal aos Pontos Estratégicos (PE) como oficinas, borracharia, ferros-velhos e similares.

O CCZ também intensifica essas ações com mutirões, sempre às sextas-feiras, nos bairros com índice mais alto de infestação do Aedes aegypti. Realiza também trabalho de Educação em Saúde nas escolas, associações de moradores e empresas, além de ações integradas com secretarias e órgãos públicos da municipalidade.

Os Locais Prováveis de Infecção (LPI) da febre maculosa, notificados à Subsecretaria de Vigilância em Saúde, recebem o trabalho de busca ativa do CCZ para identificação e recolhimento de amostras de carrapato para análise laboratorial, quando necessário, além de aplicação de inseticida e orientação à população quanto à higienização e como manter o local livre de carrapatos.
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