07/11/2023 às 09h25min - Atualizada em 07/11/2023 às 09h25min
Educação inicia cadastramento de estudantes para receber absorvente higiênico
Os absorventes são produzidos pelas apenadas que utilizam uma máquina adquirida pela Prefeitura de Campos. A fábrica funciona dentro da própria unidade prisional
Jornal Aurora - Redação
PMCG
A Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) iniciou nesta quarta-feira (1), o cadastramento de estudantes da rede municipal de ensino para o recebimento de absorvente higiênico. A ação visa dar continuidade ao Projeto Dignidade Menstrual, em parceria com a Unidade Prisional Feminina Nilza da Silva Santos, ligada à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP/RJ).
Os cadastros devem ser feitos até dia 17 de novembro no Portal do Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE)
(AQUI). Os absorventes são produzidos pelas apenadas que utilizam uma máquina adquirida pela Prefeitura de Campos. A fábrica funciona dentro da própria unidade prisional e é a primeira em todo o Estado do Rio de Janeiro funcionando em um presídio. A expectativa é produzir cerca de 70 mil absorventes/mês, beneficiando aproximadamente 10 mil alunas.
A aluna Jamilly de Paula, 12 anos, do 6º ano de escolaridade da Escola Municipal Amaro Prata Tavares, foi uma das primeiras a receber o item e acredita que a medida vai mudar a vida de muitas adolescentes. “Acho muito importante. Eu mesma já dei o meu absorvente uma vez para uma colega, tem muita menina que faltava aula porque não tinha em casa. É muito triste saber que tem pessoas que usam jornal. Só tenho a agradecer”, comentou a adolescente.
De acordo com o secretário de Educação, Marcelo Feres, as internas estão participando de capacitação e receberão certificados da Seduct. “Queremos, com essa medida, evitar que as adolescentes faltem às aulas durante o período menstrual, por não terem condições financeiras para adquirir o absorvente. As ações irão beneficiar as pessoas privadas de liberdade e, principalmente, nossas estudantes das escolas municipais”, afirmou Marcelo.
O secretário afirmou que especialistas da Vigilância Sanitária de Campos atestaram a qualidade do produto. “Além disso, estamos fazendo um teste de qualidade com cerca de 30 alunas da nossa rede, que estão sendo envolvidas nessa etapa do processo também e respondendo a um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas”, detalhou.
Segundo a assessora técnica da Seduct, Catia Mello, as alunas ajudarão também a aprimorar o produto. “Vamos emitir um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas, e também a respeito do tamanho. Já estamos recebendo muitos feedbacks positivos. Uma das apenadas, por exemplo, já veio nos agradecer por fazer parte deste projeto, pois disse que consegue ocupar a cabeça, além de aprender um ofício. Ela me contou que é muito bom se sentir útil novamente, principalmente por saber que vai beneficiar estudantes de escolas públicas”, comentou Catia.